No próximo dia 15, os quase quatro mil cooperados da Comigo decidirão quem será o novo presidente da cooperativa mais rica do Estado e uma das maiores do País. O atual vice-presidente, Álvaro Henkes, encabeça uma chapa contra Antonio Chavaglia, ocupante do cargo há 22 anos. “A permanência excessiva no poder leva a pessoa a se tornar possessiva, para não dizer um ditador”, ataca Henkes. No lançamento de sua candidatura, ele disse que a incompatibilidade administrativa entre as duas lideranças tornou forçosa a inexistência de uma chapa de consenso. “Fui pisado e humilhado.” Ele classifica a campanha de guerra e alega que tem sido caluniado. Nessa entrevista, o gaúcho radicado em Rio Verde há 25 anos fala de seus projetos e do seu esforço para se eleger presidente da entidade.
O que levou o senhor a ingressar na disputa pela presidência da Comigo?
Em primeiro lugar é porque sempre conversei muito com os cooperados e tenho um trabalho de 12 anos em prol da classe. Diante disso, tenho percebido uma grande vontade de mudança na presidência da Cooperativa. Senti também que o meu nome alimentava o desejo de alternância. Como eu não podia mais me fazer de surdo aos pedidos, resolvi então lançar a minha candidatura ao cargo. Assim, propus uma candidatura de consenso aos conselhos de administração e fiscal. Até mesmo para que não houvesse o desgaste de uma disputa. Mas o atual presidente não aceitou e também decidiu abrir outra chapa. O sistema é democrático e é isso mesmo: o estatuto prevê a realização de eleições. Ninguém pode reclamar disto. Quero mostrar aos produtores o meu potencial, uma coisa que eu não pude exercer pelo fato de outros administradores pensarem diferentemente de mim. Chegou a vez de demonstrar e expor o sistema que eu considero correto, em que eu quero trabalhar. Prego uma cooperativa mais sólida. Dessa forma unicamente se pode prestar um serviço de excelência aos cooperados, com plena assistência técnica, serviço social e aperfeiçoamento das propriedades rurais. Estou apresentando um modelo mais moderno, que jamais colocaria em risco a estabilidade da Comigo. Algo que os cooperados aguardam há muitos anos.
Caso seja eleito, o senhor arcará automaticamente com a exigência de ser coerente e dar ao seu vice a mesma liberdade da qual tanto reclama...
Disso você pode ter certeza absoluta. Sou da opinião de que, se a pessoa demonstra capacidade de trabalho, ela pode e deve assumir responsabilidades. Felizmente, isso a Comigo tem de sobra. Atualmente, existem muitas pessoas aptas a opinar e a decidir sobre os destinos da cooperativa. Independentemente disso, a Comigo terá um comitê de crédito e um decisório. Defendo que, se o produtor possui acesso ao crédito rotativo dentro da Comigo, ele terá crédito em qualquer lugar. É preciso que as soluções sejam mais rápidas e eficazes.
Maior cooperativa de Goiás e uma das maiores do País, a Comigo goza de representatividade compatível com o seu porte nas entidades do setor?
Sim, totalmente. A cooperativa tem participação direta e voz ativa não só em Goiás, mas em todo o País, como você disse. Sabedores disso, nós temos a intenção de dar mais credibilidade e consistência à marca nos quatro cantos do Brasil.
O senhor questiona e critica a falta de alternância no comando da Comigo. Por quê? Faturando próximo de R$ 1 bilhão por ano, a Cooperativa não vai bem? Quais são os pontos estratégicos e fundamentais para o crescimento que ainda merecem mais atenção e investimentos?
Eu vejo que a alternância no poder traz novas idéias e perspectivas. O processo é mais legítimo e democrático com a alternância. A permanência excessiva no poder leva a pessoa a se tornar possessiva. Para não falar um ditador. Sem sentir, ela se deixa levar pela crença de que é dona da verdade e, de uma forma totalmente isolada, para de respeitar os outros administradores. Eu acredito que a Comigo possui uma grande capacidade de crescimento na recepção de grãos. O produtor pode entregar mais e a cooperativa pode vender mais insumos. Devemos investir muito no refinamento de óleo, aumentando a refinaria e fazendo investimentos. Muitos armazéns também precisam de investimentos, com mais balanças e mais secadores.
No lançamento de sua candidatura, o sr. afirmou que a campanha se trata mais de uma guerra do que de uma batalha. Que lição é possível retirar dos pleitos passados?
É a minha segunda eleição dentro da Cooperativa. Sou vítima de calúnias na cidade. Foi por isso que eu disse que se trata de uma guerra, mas conto com uma assessoria jurídica e uma contábil bastante preparadas para enfrentar os problemas que surgiram na hora da eleição. Dentro da nossa proposta de trazer o produtor que saiu da Comigo de volta está manifestada o nosso esforço de aumentar o faturamento da Cooperativa. Se o produtor comprar mais insumos e máquinas agrícolas da Cooperativa, naturalmente todos sairão ganhando. Nossa maior preocupação é resgatar a credibilidade junto ao produtor rural da região. Eu não tenho propriedade fora de Rio Verde ou, muito menos, fora de Goiás. Eu sou um produtor de grãos. Eu quero me dedicar exclusivamente à Comigo, ou seja, não quero ser presidente da OCB (Organização das Cooperativas do Brasil- GO), do Credi Rural ou qualquer outra entidade do setor.
E a que se deve a preocupação de preencher a chapa com integrantes de outra região, e não somente de Rio Verde? O que tudo isto pode agregar ao grupo?
Bem, como eu sou totalmente contra a permanência no poder por muito tempo e por considerar que é justa a alternância, não faz diferença a origem do presidente. O atual presidente veio de uma cidade do interior de São Paulo. Por que uma pessoa de Jataí não pode presidir a entidade? Acho que, tendo competência e responsabilidade e, ao mesmo tempo, residindo em Rio Verde , o cooperado deve se manifestar. Tenho uma proposta para os pequenos produtores, intensificando a área de leite e fazendo reformas e transformações necessárias para o desenvolvimento do laticínio em Rio Verde. Tenho um projeto para a construção de um frigorífico de peixes, que será muito útil aos pequenos. Diante disso, vamos buscar recursos do FCO para poder financiar a longo prazo.
Em pleno ano eleitoral, qual é a influência que o pleito da Comigo representa para as eleições municipais?
Nenhuma. Pelo menos da minha parte, faremos política cooperativista e totalmente apartidária. Não vamos permitir interferência de partidos políticos nos destinos da Comigo. Nós temos que usar os políticos para trazer benefícios para a cooperativa, mas sem deixar que eles usem a cooperativa em benefício próprio.
O apoio do prefeito Paulo Roberto Cunha, que é um dos fundadores da Comigo, pode ser um divisor de águas na disputa cooperativista?
Eu não rejeito o apoio dele, assim como não rejeito o apoio de ninguém. Estou pedindo o voto e o apoio de 100% dos cooperados. Não me importa se o cooperado é prefeito, deputado, vereador ou o que quer que seja. Estou procurando o apoio e o voto de todos.
A cooperativa é muito criticada por atender os interesses dos grandes em detrimento dos pequenos produtores. Qual é a sua proposta para eles?
Nós temos uma política bem definida para os pequenos produtores. Vamos intensificar a área de leite, fazendo as reformas e as transformações necessárias para o laticínio em Rio Verde. Temos também o projeto de um frigorífico de peixes, que será muito útil para os pequenos produtores. Diante disso, iremos buscar recursos do FCO para que os financiamentos possam ser feitos a longo prazo.
O sr disse que tem vergonha da comercialização de milho feita hoje pela Comigo. Onde está o problema?
Bem, eu não sei onde está o problema porque não é da minha área. Não era eu quem fazia essa comercialização, mas todas as empresas de Rio Verde comercializam normalmente. Daqui para frente, a Comigo também vai ter de fazer o mesmo.
Qual é a sua proposta para os produtores de cana-de-açúcar?
Esta é uma questão muito difícil. A Comigo trabalha só com insumos para o plantio de cana, mas não tem intenção de construir usina. A política atual para o setor é complicada porque o raio de captação da cana da usina gira em torno de 20km a 30km. Então, a Comigo teria de montar muitas usinas para que atendesse todos os produtores. É por isso que não existe a intenção de montagem de usina, mas vamos fornecer assistência técnica, adubos e insumos para os produtores cooperados.
O que levou o senhor a ingressar na disputa pela presidência da Comigo?
Em primeiro lugar é porque sempre conversei muito com os cooperados e tenho um trabalho de 12 anos em prol da classe. Diante disso, tenho percebido uma grande vontade de mudança na presidência da Cooperativa. Senti também que o meu nome alimentava o desejo de alternância. Como eu não podia mais me fazer de surdo aos pedidos, resolvi então lançar a minha candidatura ao cargo. Assim, propus uma candidatura de consenso aos conselhos de administração e fiscal. Até mesmo para que não houvesse o desgaste de uma disputa. Mas o atual presidente não aceitou e também decidiu abrir outra chapa. O sistema é democrático e é isso mesmo: o estatuto prevê a realização de eleições. Ninguém pode reclamar disto. Quero mostrar aos produtores o meu potencial, uma coisa que eu não pude exercer pelo fato de outros administradores pensarem diferentemente de mim. Chegou a vez de demonstrar e expor o sistema que eu considero correto, em que eu quero trabalhar. Prego uma cooperativa mais sólida. Dessa forma unicamente se pode prestar um serviço de excelência aos cooperados, com plena assistência técnica, serviço social e aperfeiçoamento das propriedades rurais. Estou apresentando um modelo mais moderno, que jamais colocaria em risco a estabilidade da Comigo. Algo que os cooperados aguardam há muitos anos.
Caso seja eleito, o senhor arcará automaticamente com a exigência de ser coerente e dar ao seu vice a mesma liberdade da qual tanto reclama...
Disso você pode ter certeza absoluta. Sou da opinião de que, se a pessoa demonstra capacidade de trabalho, ela pode e deve assumir responsabilidades. Felizmente, isso a Comigo tem de sobra. Atualmente, existem muitas pessoas aptas a opinar e a decidir sobre os destinos da cooperativa. Independentemente disso, a Comigo terá um comitê de crédito e um decisório. Defendo que, se o produtor possui acesso ao crédito rotativo dentro da Comigo, ele terá crédito em qualquer lugar. É preciso que as soluções sejam mais rápidas e eficazes.
Maior cooperativa de Goiás e uma das maiores do País, a Comigo goza de representatividade compatível com o seu porte nas entidades do setor?
Sim, totalmente. A cooperativa tem participação direta e voz ativa não só em Goiás, mas em todo o País, como você disse. Sabedores disso, nós temos a intenção de dar mais credibilidade e consistência à marca nos quatro cantos do Brasil.
O senhor questiona e critica a falta de alternância no comando da Comigo. Por quê? Faturando próximo de R$ 1 bilhão por ano, a Cooperativa não vai bem? Quais são os pontos estratégicos e fundamentais para o crescimento que ainda merecem mais atenção e investimentos?
Eu vejo que a alternância no poder traz novas idéias e perspectivas. O processo é mais legítimo e democrático com a alternância. A permanência excessiva no poder leva a pessoa a se tornar possessiva. Para não falar um ditador. Sem sentir, ela se deixa levar pela crença de que é dona da verdade e, de uma forma totalmente isolada, para de respeitar os outros administradores. Eu acredito que a Comigo possui uma grande capacidade de crescimento na recepção de grãos. O produtor pode entregar mais e a cooperativa pode vender mais insumos. Devemos investir muito no refinamento de óleo, aumentando a refinaria e fazendo investimentos. Muitos armazéns também precisam de investimentos, com mais balanças e mais secadores.
No lançamento de sua candidatura, o sr. afirmou que a campanha se trata mais de uma guerra do que de uma batalha. Que lição é possível retirar dos pleitos passados?
É a minha segunda eleição dentro da Cooperativa. Sou vítima de calúnias na cidade. Foi por isso que eu disse que se trata de uma guerra, mas conto com uma assessoria jurídica e uma contábil bastante preparadas para enfrentar os problemas que surgiram na hora da eleição. Dentro da nossa proposta de trazer o produtor que saiu da Comigo de volta está manifestada o nosso esforço de aumentar o faturamento da Cooperativa. Se o produtor comprar mais insumos e máquinas agrícolas da Cooperativa, naturalmente todos sairão ganhando. Nossa maior preocupação é resgatar a credibilidade junto ao produtor rural da região. Eu não tenho propriedade fora de Rio Verde ou, muito menos, fora de Goiás. Eu sou um produtor de grãos. Eu quero me dedicar exclusivamente à Comigo, ou seja, não quero ser presidente da OCB (Organização das Cooperativas do Brasil- GO), do Credi Rural ou qualquer outra entidade do setor.
E a que se deve a preocupação de preencher a chapa com integrantes de outra região, e não somente de Rio Verde? O que tudo isto pode agregar ao grupo?
Bem, como eu sou totalmente contra a permanência no poder por muito tempo e por considerar que é justa a alternância, não faz diferença a origem do presidente. O atual presidente veio de uma cidade do interior de São Paulo. Por que uma pessoa de Jataí não pode presidir a entidade? Acho que, tendo competência e responsabilidade e, ao mesmo tempo, residindo em Rio Verde , o cooperado deve se manifestar. Tenho uma proposta para os pequenos produtores, intensificando a área de leite e fazendo reformas e transformações necessárias para o desenvolvimento do laticínio em Rio Verde. Tenho um projeto para a construção de um frigorífico de peixes, que será muito útil aos pequenos. Diante disso, vamos buscar recursos do FCO para poder financiar a longo prazo.
Em pleno ano eleitoral, qual é a influência que o pleito da Comigo representa para as eleições municipais?
Nenhuma. Pelo menos da minha parte, faremos política cooperativista e totalmente apartidária. Não vamos permitir interferência de partidos políticos nos destinos da Comigo. Nós temos que usar os políticos para trazer benefícios para a cooperativa, mas sem deixar que eles usem a cooperativa em benefício próprio.
O apoio do prefeito Paulo Roberto Cunha, que é um dos fundadores da Comigo, pode ser um divisor de águas na disputa cooperativista?
Eu não rejeito o apoio dele, assim como não rejeito o apoio de ninguém. Estou pedindo o voto e o apoio de 100% dos cooperados. Não me importa se o cooperado é prefeito, deputado, vereador ou o que quer que seja. Estou procurando o apoio e o voto de todos.
A cooperativa é muito criticada por atender os interesses dos grandes em detrimento dos pequenos produtores. Qual é a sua proposta para eles?
Nós temos uma política bem definida para os pequenos produtores. Vamos intensificar a área de leite, fazendo as reformas e as transformações necessárias para o laticínio em Rio Verde. Temos também o projeto de um frigorífico de peixes, que será muito útil para os pequenos produtores. Diante disso, iremos buscar recursos do FCO para que os financiamentos possam ser feitos a longo prazo.
O sr disse que tem vergonha da comercialização de milho feita hoje pela Comigo. Onde está o problema?
Bem, eu não sei onde está o problema porque não é da minha área. Não era eu quem fazia essa comercialização, mas todas as empresas de Rio Verde comercializam normalmente. Daqui para frente, a Comigo também vai ter de fazer o mesmo.
Qual é a sua proposta para os produtores de cana-de-açúcar?
Esta é uma questão muito difícil. A Comigo trabalha só com insumos para o plantio de cana, mas não tem intenção de construir usina. A política atual para o setor é complicada porque o raio de captação da cana da usina gira em torno de 20km a 30km. Então, a Comigo teria de montar muitas usinas para que atendesse todos os produtores. É por isso que não existe a intenção de montagem de usina, mas vamos fornecer assistência técnica, adubos e insumos para os produtores cooperados.

Nenhum comentário:
Postar um comentário