Um mês depois do deputado federal Ronaldo Caiado ter anunciado a primeira candidatura do Democratas (DEM) - antigo PFL - à prefeitura de Rio Verde, no último dia 22, foi a vez do senador Demóstenes Torres defender o nome do médico Juraci Martins para a sucessão administrativa da cidade pólo do Sudoeste Goiano. Ele participou de uma reunião com empresários e representantes classistas, no salão do Hotel Bons Tempos e, assim como Caiado, defendeu que o ingresso na disputa majoritária do município abrirá perspectivas para a legenda na sucessão estadual em 2010.
O empenho dos expoentes do partido em prol da pré-candidatura de Juraci Martins faz parte da estratégia democrata para obter crescimento político no Estado proporcional ao desenvolvimento agroindustrial previsto para a região nos próximos anos. "Esta região será o centro da produção nacional. Temos nomes para administrar essa prosperidade". Fortes no meio ruralista, os democratas agora tentam angariar a simpatia de outros segmentos organizados e dar uma roupagem mais moderna ao grupo.
Na reunião, Demóstenes comparou a expansão demográfica registrada nas cidades do entorno de Brasília nas últimas duas décadas com o desenvolvimento do Sudoeste Goiano. "No final da década de 1980, o entorno tinha cerca de 80 mil habitantes. Hoje, são mais de um milhão de pessoas". Em busca de fortalecimento político em nível estadual, o DEM pode fazer alianças com matizes diferenciadas das tradicionalmente praticadas pelo extinto PFL em Rio Verde e nos outros municípios da região. "A via tradicional é de alianças com PP e PSDB, mas não aceitaremos um comando único se a base esfacelar", afirma.
O senador diz que o partido deslumbra possibilidades de chegar ao executivo em Rio Verde, Montividiu e Jataí. Segundo ele, o diretório estadual respeitará as decisões locais de formação de alianças com legendas distintas da base. "Em Jataí, existe uma grande, concreta e real possibilidade formar chapa com o PMDB. É grande a chance de sermos abandonados pelos colegas caso tomemos uma decisão mais truculenta", ilustra.
Pesquisa
Os 7% das intenções dos votos registrados pelo pré-candidato do DEM, para a prefeitura de Rio Verde, na última pesquisa Tribuna do Planalto/Fortiori, são motivos de esperança para o partido. "Especialmente em Goiás, quem larga na frente muitas vezes acaba perdendo a eleição", comparou o senador Demóstenes Torres. Segundo Juraci Martins, nenhuma outra legenda no município tem potencial de crescimento comparável com o DEM entre os setores organizados da sociedade. Ele tem pregado alternância na administração de Rio Verde e a impossibilidade de aliança com o PP. A decisão de lançar candidatura cria um imbróglio com o PSDB do deputado Padre Ferreira, com quem o DEM firmara prematuramente um acordo para o pleito.
Para o pré-candidato a prefeito e presidente do diretório democrata municipal, a administração de Rio Verde não consegue acompanhar o ritmo do progresso e do desenvolvimento econômico. "A cidade é riquíssima, mas ainda possui aspectos de subdesenvolvimento", critica. Com o objetivo de tornar seu nome conhecido fora do meio produtor, o ex-presidente do Sindicato Rural de Rio Verde foi um dos primeiros a dar início a uma verdadeira peregrinação na zona rural, na periferia e, agora, tenta mobilizar a classe média e os setores formadores de opinião em torno do projeto democrata.
Demóstenes espera decisão de Alcides
Em relação à permanência do DEM na base aliada estadual, Demóstenes afirma que depende apenas da decisão de Alcides Rodrigues. "Sabemos que o governador é lento para decidir, mas, quando decide, ele resolve trabalhar mesmo. Somos otimistas em relação a isso". Segundo ele, a projeção de crescimento passa pela união da base aliada em torno de seu nome para enfrentar a candidatura de Iris Rezende à reeleição na Capital.
Com o apoio de Alcides, Demóstenes aceitaria abraçar uma candidatura para prefeito de Goiânia. "Caso contrário, a eleição ficará polarizada e a minha experiência na campanha para governador me ensinou que isso não vale a pena. Quando saí candidato, as pesquisas me davam até 27% das intenções e terminei em torno de 4%”, avalia.
Apesar dos desgastes administrativos do governo, o senador não subestima a força política de Alcides Rodrigues. "Ele não pode ser menosprezado, já que quase venceu as eleições no primeiro turno", relembra. Na opinião do congressista, a popularidade do governo voltará a subir no mesmo ritmo com que ele resolver os problemas financeiros herdados das últimas administrações.
"Eu poderia até ficar como um urubu à procura de uma carniça qualquer, mas espero que ele se recupere e faça um bom governo. Quem é eleito precisa do apoio de quem ele derrotou para administrar", declarou o senador.
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