Preocupação é o desemprego
quarta-feira, 3 de dezembro de 2008
Depois da farra vem a ressaca
Preocupação é o desemprego
segunda-feira, 1 de dezembro de 2008
"Diferença de votos não é real"

Entrevista Fernando da Folha (PR), prefeito de Jataí
O prefeito de Jataí, Fernando da Folha (PR), conta que acata a derrota eleitoral para o ex-prefeito Humberto Machado (PMDB), mas não admite a diferença de 18 mil votos nas urnas. Segundo ele, o processo eleitoral de Jataí pode ter sido fraudado para que a margem de frente do peemedebista ultrapassasse os 18 mil votos. Na entrevista, concedida em seu gabinete no dia 27, o chefe do Executivo falou sobre a intenção de concorrer internamente com a deputada estadual Cilene Guimarães (PR) por uma candidatura à Assembléia Legislativa em 2010 e antecipou que se reunirá ainda essa semana com lideranças da base aliada do governo estadual para discutir o assunto. O prefeito garantiu que tem aberto as portas da administração para a equipe de transição criada pelo PMDB e que deixará os caixas em situação melhor do que encontrou em 2005. "Deixarei R$ 8 milhões de recursos federais em caixa. Uma sorte que eu não tive", comparou.
Fernando Machado
Tribuna do Plantalto - O senhor assumiu a prefeitura em 2005 se queixando de dívidas deixadas pelo seu antecessor. Em que situação entregará a prefeitura de volta ao PMDB?
Fernando da Folha - Bem melhor do que eu encontrei. É claro que nós não pudemos cumprir com todas as obrigações, mas comprovadamente através de documentos de 2004 e documentos de 2008 eu posso assegurar que será melhor. Inclusive a própria cidade, quando eu assumi a prefeitura, a cidade estava abandonada, esburacada, as máquinas sucateadas. Eu estou entregando diferente, com operação tapa-buraco na cidade inteira e as máquinas estão em perfeitas condições. Muitas delas estão no pátio em função do decreto de contenção de despesas, para que eu possa economizar com manutenção, combustível e até funcionários. Afirmo categoricamente que entrego a prefeitura em uma situação bem melhor do que eu recebi.
Como está sendo feita a contenção de despesas de final de mandato?
Eu determinei a todas as secretarias e departamentos que redobrássemos os esforços para entregar cada pasta com o mínimo possível de problemas. Em dezembro vamos entregar relatórios completos de tudo. A ordem é para entregar a casa em ordem. Sempre fica alguma coisinha. Isso é praxe em todas as prefeituras de pequeno, médio e grande portes. Jataí não é diferente. Vamos fazer o possível para entregar tudo dentro da normalidade.
A que o sr. credita a derrota nas eleições?
A uma série de fatores. No começo divulgamos muito mal a nossa administração. Fomos infelizes na comunicação. Outra coisa foi a oposição raivosa que fizeram contra mim, principalmente o PMDB e uma facção do PSDB, quando alguns vereadores e lideranças do partido romperam comigo e se juntaram pra fazer uma campanha difamatória. Mas o que a gente ouve mesmo na cidade é que o Fernando é muito bom e que o problema foram alguns assessores, que não souberam trabalhar e atrapalharam ele. Então, estou convencido disso porque tenho uma aceitação muito boa em Jataí. Agora eu não concordo é com a diferença. Perder seria normal, assim como vencer novamente. Mas essa diferença de 18 mil votos não é real. Fica uma dúvida no ar. Estamos acompanhando alguns noticiários em nível nacional sobre fraude nas urnas eletrônicas. Isso vai estourar em Jataí também. Alguma coisa de errado aconteceu para que essa diferença fosse tamanha, nunca vista em Jataí. As pesquisas e o caminhamento da campanha na reta final apontavam para o equilíbrio, que infelizmente não aconteceu. Estou conformado com a derrota, mas não com essa diferença de votos que ocorreu.
Existe alguma chance de reconciliação com o PSDB para 2010?
Com certeza. Temos um respeito muito grande pelo senador Marconi Perillo e é ele quem vai conduzir esse processo. Por ele a gente reconcilia. Talvez por algumas pessoas do partido em Jataí ficaria difícil. Mas como os nossos partidos têm lideranças maiores, a gente fica confiante. Nos próximos dias eu devo me encontrar com o senador justamente para discutir o futuro político de Jataí.
O sr. é pré-candidato a deputado estadual?
Quem está na chuva é para se molhar. Eu não vou fugir de nenhuma responsabilidade. Hoje existe um grupo muito grande querendo que eu seja candidato a deputado estadual. Eu tenho o pé no chão e sei que não teria condições de sair candidato a deputado federal. Tudo isso será discutido. Eu tenho compromisso com a deputada Cilene Guimarães, que eu sempre defendi com unhas e dentes. Só que se for a minha vez, ela vai ter que entender. Mas vamos amadurecer essa idéia no segundo semestre de 2009. Eu quero ficar seis meses afastado do convívio político para, aí sim, voltar a discutir 2010 com o nosso núcleo. Eu não acredito que os mandatos serão prorrogados de 2010 para 2012. Acredito que seja mesmo em 2010, e acredito também que talvez estejamos dentro desse processo.
Como se dará a disputa de dentro da base entre o sr. e a deputada Cilene Guimarães pela candidatura à Assembléia?
Eu sempre fui leal à deputada Cilene. Ela também sempre foi muito leal comigo. Não teremos briga interna. Vamos ter entendimento. Se a gente notar que as chances dela são maiores do que as minhas, vamos apoiá-la. Agora, se as minhas chances é que forem maiores, eu espero ter o apoio dela nesse sentido. Tudo será discutido com transparência e sem vaidades pessoais. Eu e a Cilene temos um perfil igual de sermos pessoas simples, humildes e respeitosas. Eu não sei qual é o pensamento do Francisco Gedda ou se ele também quer ser candidato a deputado estadual. Aliás, tenho reuniões e audiências essa semana com o Gedda, o senador Marconi Perillo, Leonardo Vilela e Sandro Mabel para tratar do nosso futuro político.
Existe alguma possibilidade do sr. ser aproveitado por Alcides na estrutura do Estado?
O que é mais importante é que eu e o doutor Alcides temos uma amizade forte, um relacionamento político muito bom e eu primeiro me preocupo com o José Renato, que perdeu a secretaria extraordinária, mas pelas palavras do governador, ele será aproveitado em um cargo bom. Eu não gostaria de puxar o tapete porque acho que seria ou eu ou ele. Nesse caso, eu vou abrir mão pra que o José Renato seja aproveitado, mas se surgir uma oportunidade da gente ser aproveitado estarei à disposição. O governador também é sensível pra que eu participe do governo. O que eu percebo é que aqui no Estado tem muito adversário ocupando cargo comissionado. Vamos, pelo menos, informar isso para a equipe do governador e aproveitar muita gente boa que está ficando desocupada, mas que veste a camisa do governador de verdade.
Em que áreas isso ocorre?
Tem em todas as áreas possíveis e imagináveis. Tem na Celg, Saneago, Delegacia Fiscal, Detran e em outros lugares. Tem muita gente lá que trabalhou para o Maguito Vilela na eleição estadual e também contra o candidato a prefeito do governador em Jataí, que era eu. Na política, isso está constantemente sendo revisto. Você tem de ter gente com compromisso do seu lado. Qualquer pessoa que eu indicar aqui terá sempre compromisso com o governador Alcides, que é nosso líder maior, e também com Marconi.
O prefeito eleito afirmou que estava encontrando dificuldades para ser apresentado à situação financeira da prefeitura. Afinal, a transição já começou?Tem mais de um mês que começou. Na secretaria de saúde e na pasta de agricultura e pecuária, as pessoas da equipe do próximo prefeito têm acesso a todas as informações. Tenho uma comissão de transição, formada por dez secretários e auxiliares, que está esperando de braços abertos para passar qualquer informação ou documento que o PMDB solicitar.
Humberto Machado disse também que a campanha deixou feridas abertas nos candidatos. Há condições da transição transcorrer pacificamente?Os ataques foram acirrados entre o Humberto e o candidato do PSDB, Victor Priori. Eles realmente tiveram atritos muito pesados. Inclusive envolvendo questões familiares. Comigo foi diferente. Eu trabalhei em cima do meu plano de governo, mostrei algumas verdades na campanha, mas nunca desrespeitei ninguém. A minha equipe jamais faltou com o respeito aos adversários. Então, se existe alguma mágoa dele é em relação a 2004, quando ele não quis me apoiar para prefeito e queria me forçar a sair de vice. Eu não aceitei, porque vi que tinha plenas condições de vencer, mas sempre fui respeitoso. Sem tem alguma mágio do Humberto é com o Victor Priori, e não comigo.
Qual é o legado da sua administração para Jataí?
Estou deixando uma marca indelével na área da saúde, já que assumi a prefeitura com três PSFs e estamos deixando 14 em funcionamento. Estou entregando em condições de funcionamento a UTI pública de Jataí, que vai atender toda a região sudoeste através de uma pactuação com os demais municípios. Ela tem os mais altos padrões de tecnologia do País. Isso é um legado e realmente entra para a história da cidade. Na educação, deixo uma marca forte que é a aprovação do Estatuto do Magistério, que valorizou muito a categoria dos professores. Outra marca indiscutível é a industrialização. Sou o prefeito que mais industrializou e gerou empregos em toda a história de Jataí. Colocamos Jataí entre as cidades de maior porte no Estado com o nosso pólo universitário. Quando assumi a prefeitura, tínhamos 14 cursos superiores. Hoje são mais de 30. Consegui um novo fórum, que será o maior do interior. Consegui um novo Cefet, que será também o maior fora da capital e um novo Senac. Implantamos uma clínica de hemodiálise, inclusive com pactuação para toda a região. A cidade está bonita e as praças foram revitalizadas. Estou deixando o processo pronto para transformar o campus da UFG em Universidade Federal do Sudoeste Goiano. Saio de cabeça erguida porque tenho certeza que cumpri a minha missão. Estou deixando R$ 8 milhões de recursos federais para o próximo prefeito. Eu nunca tive essa sorte. Faço isso para que o próximo prefeito possa investir em vários setores do município.
terça-feira, 25 de novembro de 2008
Reitor sondado para 2010
Demóstenes aposta no rompimento Alcides-Marconi
Fernando Machado
O senador Demóstenes Torres (DEM) acredita que a única possibilidade da próxima eleição estadual não repetir o duelo de 1998 entre Iris Rezende (PMDB) e Marconi Perillo (PSDB) seria a confirmação de um rompimento definitivo entre o governador Alcides Rodrigues (PP) e o senador tucano. A declaração foi proferida no dia 18, quando o parlamentar participou de um ciclo de palestras na Universidade de Rio Verde e demonstrou entusiasmo com uma possibilidade de divórcio político entre o atual governador e o seu antecessor no comando do Estado. "Tudo depende de Alcides resolver abrir uma dissidência do PSDB. Todos dizem que há um desentendimento mais do que político entre os dois. É uma possibilidade que se abre", avaliou o senador. O fortalecimento do PP nas eleições municipais, com o acréscimo no número de prefeitos em todo o Estado, e a perda de representatividade do PSDB no interior deixou as duas legendas em pé de igualdade.Livre do ex-governador e com a força da máquina, prosseguiu Torres na análise, Alcides Rodrigues adquiriria condições para construir uma terceira via "eficiente" e que poderia abrigar aliados como o PR e o próprio DEM. Na avaliação do senador, são poucas as chances do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, liderar um possível novo grupo. Segundo ele, Meirelles tem enviado aos partidos goianos sinais cada vez mais claros de distanciamento da eleição estadual. "O fato de participar do governo Lula torna improvável a aliança dele com o DEM. E a (senadora) Lúcia Vânia já declarou ter perdido as esperanças de que Meirelles seja o candidato do PSDB", acrescentou.
"Zero de arestas"Em caso de permanência da polarização entre PMDB e PSDB na sucessão estadual, de acordo com Demóstenes, o DEM dará suporte à candidatura do senador Marconi Perillo. De acordo com ele, a criação de uma aliança nacional em torno de uma candidatura do PSDB à Presidência da República forçará a convergência entre tucanos e democratas nos Estados para sustentar o projeto nacional. "Essa aliança pode mostrar-se irreversível em nível estadual", pontua. Se isso acontecer, argumentou o congressista, as contendas pessoais entre as lideranças dos dois partidos em Goiás não servirão de obstáculo para uma composição eleitoral. "Eu tenho zero de arestas com Marconi. Sou amigo de Alcides Rodrigues, Iris Rezende e de Marconi", em sinal claro de que está disposto a negociar com todos os lados envolvidos.Apesar de crer na tese de que é mais provável que o DEM apóie uma candidatura majoritária em 2010 do que lance candidato próprio ao Palácio das Esmeraldas, Demóstenes Torres afirma que os resultados da administração do prefeito eleito Juraci Martins em Rio Verde poderão gabaritar a legenda para a disputa estadual. "Tínhamos apenas pequenas municipalidades até então. Com uma prefeitura grande nas mãos, poderemos corresponder às expectativas da população." Conforme a previsão de Torres, o prefeito eleito do DEM irá se tornar uma liderança com influência regional e com capacidade para reger o partido no interior. "Rio Verde foi a nossa São Paulo", sintetizou.
Suporte federalDemóstenes salientou que, em virtude da vitória do DEM em Rio Verde, tanto ele quanto o deputado federal Ronaldo Caiado estão empenhados no Congresso em incluir o município na destinação de recursos orçamentários da União. Ele lembrou que Caiado conseguiu, pela primeira vez, mobilizar a bancada goiana na Câmara Federal para aprovar uma emenda orçamentária expressiva para o município. Os recursos, segundo afirma, poderão ser aplicados pelo futuro prefeito para resolver problemas de infra-estrutura da cidade. "Poderão ser R$ 10 milhões ou então R$ 50 milhões. Depende do relator Delcídio Amaral (PT-MS)." Ele anunciou que conseguiu emplacar no Senado uma emenda extra-orçamentária da União, cujo valor ele preferiu não revelar. "Será um montante bastante expressivo para 2009. Um recurso que a cidade espera há muito tempo", resumiu. Uma das razões da visita do democrata a Rio Verde seria para estabelecer contato com o atual prefeito, Paulo Roberto Cunha (PP), para solicitar a prorrogação de um convênio do município com o Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (DNIT), que expira no próximo dia 30. "Em nível federal as conversas estão bastante adiantadas para que, com a prorrogação desse convênio, possamos resolver o problema da rodovia federal na cidade", relatou. Segundo ele, a parceria com o órgão federal possibilitaria a construção de dois viadutos no trecho da BR 060 em Rio Verde a partir do próximo ano. Acompanhado pelo reitor da Fesurv, Paulo Eustáquio Rezende do Nascimento, Demóstenes Torres assegurou que o município poderá ser contemplado com a instalação de novas universidades públicas e que considera viável a construção de uma faculdade de medicina em Rio Verde. "Já conseguimos levar um curso de medicina para Anápolis. Rio Verde tem tudo para também receber o benefício", comparou. O democrata aproveitou a ocasião para apontar o reitor como um nome local com potencial para as próximas eleições. Paulo Eustáquio, porém, figura nos quadros do PP, mas, segundo o senador, seria "muito bem recebido" no diretório municipal do DEM
Tragédia anunciada
Tragédia anunciada
Estudo demonstra que o cálculo da área de drenagem do Lago Municipal foi subdimensionado e que estrutura é incapaz de dar vazão às aguas da chuva numa área de mais de 40km²
Fernando Machado
Principal promessa de campanha da atual administração, o Lago Municipal constitui uma ameaça iminente a dezenas de bairros de Rio Verde e para a preservação da fauna e flora. A obra, que está sendo feita no Setor Interlagos, já consumiu pelo menos R$ 975 mil de verbas federais advindas do Ministério do Turismo e ainda parece estar longe de ser concluída. Às margens da barragem, onde já deveria ter sido feito o reflorestamento e a construção de uma orla, estão sendo jogados entulhos e caminhões da prefeitura são vistos retirando terra do local. O problema mais grave da obra, contudo, ficou demonstrado em um estudo técnico feito pelo engenheiro agrícola e professor do Centro Federal de Educação Tecnológica de Rio Verde (Cefet) Bruno Botelho Saleh, elaborado a pedido do vereador José Henrique de Freitas. Depois de analisar as imagens via satélite, o especialista chegou à conclusão de que o cálculo da área de drenagem feito pela prefeitura possui graves erros de dimensionamento, colocando em risco a segurança de toda a população que vive às margens do Córrego Esbarrancado e também a fauna e a flora do entorno. As informações contidas em um documento intitulado “Outorga D’água Barramento – Lago”, segundo Saleh, não condizem com a realidade local. O parecer técnico, que já foi enviado pelo vereador para a Promotoria Estadual de Meio Ambiente, descreve que a área de drenagem ou área de contribuição da micro-bacia do Córrego Esbarrancado é quase cinco vezes maior do que o calculado pela Secretaria de Municipal de Obras. Ao invés de apenas 8,9 quilômetros quadrados de área de drenagem, como estimou a prefeitura, as águas do lago serão formadas pelas chuvas que caírem em uma área de 44,18 km². O engenheiro agrícola especializado em Saneamento Rural e Controle Ambiental informa que a capacidade do extravasor de água, considerada a parte mais importante da obra no que diz respeito à segurança, é calculada com base na área de drenagem. Dessa forma, a vazão de enchente pode causar o rompimento da represa. “É impossível prever, mas a tragédia pode acontecer daqui a algumas horas, dias ou meses”, explica.O subdimensionamento da capacidade de vazão da água não leva em consideração a existência de três barragens de médio porte da Fesurv e de um tanque localizado em um pesque-pague dentro da área de contribuição da micro-bacia do Esbarrancado. Saleh lembra que, em fevereiro de 2007, o pivô central das barragens da universidade foram arrombados pela água e afirma que o problema pode se repetir com conseqüências mais graves. “A reconstrução da barragem foi feita sem qualquer critério ou responsabilidade técnica junto à inspetoria do Crea (Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia)”, alerta. O professor explica que o rompimento das barragens acima do Lago Municipal causaria um efeito cascata nos tanques de água, que teria conseqüências em vários pontos do perímetro urbano. “Caso ocorra o rompimento, um grande volume de água sairá do Interlagos, onde o lago está situado, atravessará a Avenida Presidente Vargas e irá percorrer vários bairros até parar perto do sistema de tratamento de esgoto da Saneago, na Vila Promissão”, descreve. O processo de urbanização do Setor Interlagos comprometeria ainda mais a segurança da obra. “A impermeabilização do solo causada pela pavimentação asfáltica faz com que a água escoe com mais força e rapidez para o lago. Além disso, o risco do esgoto sanitário contaminar o lençol freático é grande”, complementa.
TransparênciaO vereador José Henrique de Freitas reclama da falta de transparência da Secretaria Municipal de Obras na construção do empreendimento. “O titular da pasta se nega a apresentar o projeto”, critica. Ele considera que os entulhos que estão sendo levados para as margens do lago aumentam a preocupação com a segurança da obra. “Não conseguimos entender a finalidade disso. Será que querem fazer a terraplenagem utilizando entulhos?”, questiona, apontando restos de lixo, como garrafas, sacolas e materiais de construção às margens do lago. Ainda segundo o vereador, a empreitada estaria sendo feita sem ter ocorrido o processo de licitação pública para a escolha da construtora: “Além disso, ninguém sabe informar de quanto é o orçamento da obra. O fato é que a verba para a construção da orla já foi sacado.”Em discussão sobre o assunto na Câmara Municipal na última semana, o vereador Luiz César de Castro, o Cesinha, insinuou que a verba de quase R$ 1 milhão do Ministério do Turismo teria sido desviada pela prefeitura para cobrir gastos com a campanha eleitoral. “Isso é desvio de verba federal”, denunciou. Procurados pela reportagem, os secretários Evandro Fiúza (Obras) e Jair Leão (Agricultura e Meio Ambiente) não foram encontrados para prestar esclarecimentos.
sábado, 31 de maio de 2008
Coluna Palanque 31/05/2008
Entra sem bater
Pouca gente entra e sai do gabinete de Paulo Roberto Cunha (PP) com tanta desenvoltura quanto o ex-secretário de Comunicação, Caxotinho (PTN). Tamanha intimidade já serviu para despertar uma tremenda ciumeira entre a base aliada do município.
De bom grado
Ambicioso, Caxotinho quer mais do que o apoio de Paulo Roberto para a sua pré-candidatura a vereador. Ele está de olho em uma candidatura a deputado estadual em 2010, mas se contentaria de muitíssimo bom grado com a vaga de vice de Leonardo Veloso (PP).
O fator Dione
Com uma reeleição praticamente garantida para o Legislativo, o presidente da Câmara, Dione Vieira Guimarães (PP), pode desempenhar um papel estratégico na eleição majoritária de Rio Verde em outubro. Em 2004, era tido como um azarão. E ganhou. Na eleição para a presidência da Mesa Diretora, ele surpreendeu de novo e se firmou na função.
Casal 20
O ex-presidente da AGIM no governo Marconi Perillo, Aluísio Rodrigues, e sua esposa, a vereadora Noemi Rodrigues, fazem parte da restrita Comissão Provisória do PP, composta por apenas cinco membros. Ele ficou de fora da administração de Alcides Rodrigues e ela, da de Paulo Roberto. Agora, podem mostrar que têm força. Não é nada, eles representam 40% da comissão que irá sabatinar os candidatos do PP ao Executivo e ao Legislativo de Rio Verde.
Neyde, o retorno
Ex-deputada federal, a petista Neyde Aparecida poderá desfrutar de mais dois anos no Congresso, caso Rubens Otoni (PT) conquiste a prefeitura de Anápolis em 2008.
Cassação
Ex-presidente da Câmara de Montividiu, a vereadora Débora Pedroso teve o mandato de parlamentar cassado semana passada pelo TRE por infidelidade partidária. Em 2007, ela trocara o DEM pelo PTN. A parlamentar já disse que vai recorrer.
Pretexto
Adão Mota não deposita a menor fé na pré-candidatura dos pepistas José Lázaro e Zuleika Alves. Novata na política, ela estaria sendo ingênua e utilizada por outros, na opinião do vereador. José Lázaro, segundo Adão, estaria apenas procurando um motivo para abandonar a legenda.
Identidade
O PTB rio-verdense ainda não mostrou a que veio. A sigla, presidida pelo empresário Júlio Capparelli, pouco participa dos debates políticos e não oferece propostas e nem nomes capazes de criar identificação com o eleitorado. Para mudar isso, o partido tentará pegar carona na popularidade de Roberto Jefferson, que vem a Rio Verde essa semana a convite de uma universidade.
Errata
Ao contrário do que foi publicado na nossa edição passada, o Grupo Escoteiro 5 de Agosto retornou em 2004 com os ramos: Lobinho, Escoteiro e Sênior e, desde então, continua normalmente com todas as suas atividades.
Justo tributo ao mito
Prefeito de Rio Verde de 1970 a 1973 e vereador por uma legislatura, Lauro Martins faleceu em janeiro de 2006, aos 80 anos de idade. Agora, pouco mais de dois anos após a sua morte, ele renasce em uma publicação de 322 páginas organizada pelo escritor e colunista da Tribuna do Sudoeste, Filadelfo Borges de Lima, que não dispensou depoimentos de familiares, amigos, comerciantes, radialistas e figuras do berço político da cidade para costurar o trabalho. Recortes de jornais e publicidades de campanhas políticas do passado, assim como um profundo mergulho bibliográfico, desvendam traços do ser humano e do homem público.
O lançamento da obra ocorreu no Salão Social do Sindicato Rural de Rio Verde, dia 28, e contou com a presença do vice-prefeito e secretário estadual de Agricultura, Leonardo Veloso do Prado (sobrinho-neto do biografado), e de Avelar Macedo, secretário municipal de Indústria e Comércio e autor de um testemunho impresso, entre outras personalidades da política e da cultura. O prefácio do livro foi escrito pelo ex-presidente da Assembléia Olímpio Jayme, representado no evento pelo seu filho, Thales Jayme, ambos parentes do personagem central. "Um exemplo de que é perfeitamente fazer política sem sujar as mãos e morrer com dignidade", arrebatou Jayme.
Segundo o autor, Lauro Martins retrata um homem de personalidade intrigante e um administrador público de personalidade consistente. "Certa vez, ao saber que alguém andava furtando peças dos veículos da prefeitura, ele passou horas escondido em um cantinho até pegar o funcionário no pulo", ilustra. O hábito de acordar muito cedo propiciava a oportunidade de se dirigir pessoalmente às frentes de trabalho e, literalmente, derrubar os peões da rede.
Proferindo seus costumeiros palavrões, ao mesmo tempo ralhava e levava ânimo aos trabalhadores. "Apesar do uso constante da gravata, Lauro apreciava mais a informalidade e a troça, dirigida a pessoas (de todas as camadas sociais) de sua intimidade", relata um trecho do livro.
O presidente do Sindicato Rural de Rio Verde, Bairon Araújo, descreve uma pessoa dura e intransigente nas questões éticas. "Podia ser parente, amigo ou o que quer que fosse: desonestidade significava demissão." De acordo com Araújo, apesar da escassez de recursos e da vastidão territorial do município de então, que ainda não havia assistido a emancipação de distritos atualmente importantes, como Montividiu, Castelândia e Santo Antônio da Barra, Lauro Martins se consagrou com a abertura de estradas na zona rural. "Ele se preocupou, e muito, com a correção do solo. Valorizou o setor rural como nenhum outro", certificou.
Família
O trabalho teve origem em uma consulta médica do autor com o cardiologista Paulo César de Carvalho Teles, genro do ex-prefeito, que indagou o escritor sobre a possibilidade de produzir uma obra sobre o saudoso homem público, adiantando que a família forneceria todo o apoio necessário. A empreitada logo conquistou o aval de Maria José Garcia Martins, viúva de Lauro e entusiasta da idéia de render uma justa homenagem ao pai de família honrado e ao advogado que desconcertava os colegas por trabalhar, não raramente, sem aceitar pagamento dos clientes.
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Hospital de urgências de Santa Helena: sem previsão de entrega
A expectativa da população de Santa Helena de Goiás em relação à conclusão do Hospital de Urgências no município é proporcional ao tamanho da obra, orçada em R$ 6,2 milhões. A estrutura de 32 mil metros quadrados está praticamente pronta, mas o mobiliário e os equipamentos ainda não foram instalados. Apesar do anúncio feito pelo governo estadual de inaugurar a unidade neste semestre, poucos trabalhadores são vistos em ação no local. De acordo com a assessoria da Agência Goiana de Transportes e Obras (Agetop), não existe previsão para o término e a unidade seguirá o mesmo padrão dos hospitais de urgência de Trindade e de Aparecida de Goiânia, com o diferencial de contar com um auditório para 100 pessoas.
A estrutura começou a ser erguida em 2006, com a promessa de desafogar o Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo), oferecendo 78 leitos de UTI, sendo 36 para internação, 24 para observação, sete de neo-pediatra e 11 para adultos. Enquanto a obra não fica pronta, os 35 mil habitantes de Santa Helena contam com apenas outros dois hospitais, um público e outro particular. O Hospital Regional realiza cerca de 130 consultas por dia e um número incalculável de encaminhamentos diários dos casos cirúrgicos para o Hugo. Como não existe um pacto entre o município de Santa Helena com o Hospital Dr. Gordon de Rio Verde, único posto que conta com leitos de UTI na região, os pacientes mais graves não podem ser transferidos para o município vizinho. A unidade atende mensalmente milhares de pacientes de Acreúna, Maurilândia, Castelândia, Santo Antônio da Barra, Porteirão e Turvelândia. A situação é agravada pela dificuldade do município de contratar profissionais da saúde e casos freqüentes de surtos de doenças na região, como diversos tipos de virose e dengue.
Segundo Maria de Lourdes Jesus Souza, diretora administrativa do Regional, a implantação do Programa de Saúde da Família (PSF) reduziu o número de internações de crianças, mas a medicina preventiva poderia trazer resultados mais sólidos, caso a população utilizasse com mais freqüência os postos de saúde. "A unidade é voltada para casos de urgência, mas realizamos uma grande quantidade de consultas diárias. Fazemos o atendimento, mas sabemos que muitos casos poderiam ser solucionados nos postinhos", afirma. Conforme a diretora, o centro cirúrgico é bem equipado e os medicamentos são suficientes para atender a demanda. Ela admite que a unidade vivenciou um período sem contar com médico anestesista, mas garante que o problema foi sanado. "Não foi por falta de insistência, e sim pela dificuldade de encontrar profissionais."
Estrutura deficiente
Na opinião do vereador Cristian Gomes (PMDB), a falta de um secretário municipal de Saúde compromete diretamente a qualidade do serviço público. Desde outubro do ano passado, quando a então ocupante da pasta faleceu, a função passou a ser exercida pela prefeita Raquel Rodrigues, que ainda acumula o cargo de presidente da Organização das Voluntárias de Goiás (OVG). "Ela simplesmente não tem tempo para administrar o setor com a merecida atenção", analisa o oponente da primeira dama do Estado. Já em operação em outros municípios do Sudoeste, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) ainda não entrou em funcionamento em Santa Helena. Contudo, para o vereador, o programa do governo federal não impedirá que os pacientes continuem sendo levados para a capital. Segundo ele, a rede municipal ainda não contratou cirurgiões anestesistas e padece com a escassez de outros especialistas, como pediatras e ginecologistas. "Poucos médicos aceitam trabalhar em Santa Helena por causa das péssimas condições de trabalho e falta de aparelhos", reclama.
Na fila de espera do Hospital Municipal no último dia 29, o autônomo Antônio Gomes da Silva, 65 anos, aguardava atendimento para uma consulta marcada com um mês de antecedência. "Eles reclamam que a gente não procura os postos de saúde, mas quem está sofrendo dores tem pressa. Tem coisas que não dá para esperar", protestou. Ele estava acompanhado de sua esposa, a doméstica Carmélia de Souza Mendonça, 55, que reclamou da falta de aparelhos. "Meu filho morreu aqui quatro anos atrás. O médico diagnosticou sinusite, mas ele tinha pneumonia. Quando ele foi encaminhado para Goiânia, já era tarde", acusou.
Preocupada com a febre da netinha, a auxiliar de serviços gerais Dalva Maria Mendonça da Silva, 50 anos, desembolsou R$ 120 para que a criança fosse examinada no Hospital Santa Helena. "Como não tenho plano de saúde e o hospital é particular, tenho de pagar à vista. Sei que isso vai fazer falta no orçamento, porém é o único jeito para quem não pode esperar muito tempo", exprimiu. Na instituição, o Sistema Único de Saúde (SUS) só dá cobertura para os casos de internação.
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DEM defende candidatos próprios de olho em 2010
Um mês depois do deputado federal Ronaldo Caiado ter anunciado a primeira candidatura do Democratas (DEM) - antigo PFL - à prefeitura de Rio Verde, no último dia 22, foi a vez do senador Demóstenes Torres defender o nome do médico Juraci Martins para a sucessão administrativa da cidade pólo do Sudoeste Goiano. Ele participou de uma reunião com empresários e representantes classistas, no salão do Hotel Bons Tempos e, assim como Caiado, defendeu que o ingresso na disputa majoritária do município abrirá perspectivas para a legenda na sucessão estadual em 2010.
O empenho dos expoentes do partido em prol da pré-candidatura de Juraci Martins faz parte da estratégia democrata para obter crescimento político no Estado proporcional ao desenvolvimento agroindustrial previsto para a região nos próximos anos. "Esta região será o centro da produção nacional. Temos nomes para administrar essa prosperidade". Fortes no meio ruralista, os democratas agora tentam angariar a simpatia de outros segmentos organizados e dar uma roupagem mais moderna ao grupo.
Na reunião, Demóstenes comparou a expansão demográfica registrada nas cidades do entorno de Brasília nas últimas duas décadas com o desenvolvimento do Sudoeste Goiano. "No final da década de 1980, o entorno tinha cerca de 80 mil habitantes. Hoje, são mais de um milhão de pessoas". Em busca de fortalecimento político em nível estadual, o DEM pode fazer alianças com matizes diferenciadas das tradicionalmente praticadas pelo extinto PFL em Rio Verde e nos outros municípios da região. "A via tradicional é de alianças com PP e PSDB, mas não aceitaremos um comando único se a base esfacelar", afirma.
O senador diz que o partido deslumbra possibilidades de chegar ao executivo em Rio Verde, Montividiu e Jataí. Segundo ele, o diretório estadual respeitará as decisões locais de formação de alianças com legendas distintas da base. "Em Jataí, existe uma grande, concreta e real possibilidade formar chapa com o PMDB. É grande a chance de sermos abandonados pelos colegas caso tomemos uma decisão mais truculenta", ilustra.
Pesquisa
Os 7% das intenções dos votos registrados pelo pré-candidato do DEM, para a prefeitura de Rio Verde, na última pesquisa Tribuna do Planalto/Fortiori, são motivos de esperança para o partido. "Especialmente em Goiás, quem larga na frente muitas vezes acaba perdendo a eleição", comparou o senador Demóstenes Torres. Segundo Juraci Martins, nenhuma outra legenda no município tem potencial de crescimento comparável com o DEM entre os setores organizados da sociedade. Ele tem pregado alternância na administração de Rio Verde e a impossibilidade de aliança com o PP. A decisão de lançar candidatura cria um imbróglio com o PSDB do deputado Padre Ferreira, com quem o DEM firmara prematuramente um acordo para o pleito.
Para o pré-candidato a prefeito e presidente do diretório democrata municipal, a administração de Rio Verde não consegue acompanhar o ritmo do progresso e do desenvolvimento econômico. "A cidade é riquíssima, mas ainda possui aspectos de subdesenvolvimento", critica. Com o objetivo de tornar seu nome conhecido fora do meio produtor, o ex-presidente do Sindicato Rural de Rio Verde foi um dos primeiros a dar início a uma verdadeira peregrinação na zona rural, na periferia e, agora, tenta mobilizar a classe média e os setores formadores de opinião em torno do projeto democrata.
Demóstenes espera decisão de Alcides
Em relação à permanência do DEM na base aliada estadual, Demóstenes afirma que depende apenas da decisão de Alcides Rodrigues. "Sabemos que o governador é lento para decidir, mas, quando decide, ele resolve trabalhar mesmo. Somos otimistas em relação a isso". Segundo ele, a projeção de crescimento passa pela união da base aliada em torno de seu nome para enfrentar a candidatura de Iris Rezende à reeleição na Capital.
Com o apoio de Alcides, Demóstenes aceitaria abraçar uma candidatura para prefeito de Goiânia. "Caso contrário, a eleição ficará polarizada e a minha experiência na campanha para governador me ensinou que isso não vale a pena. Quando saí candidato, as pesquisas me davam até 27% das intenções e terminei em torno de 4%”, avalia.
Apesar dos desgastes administrativos do governo, o senador não subestima a força política de Alcides Rodrigues. "Ele não pode ser menosprezado, já que quase venceu as eleições no primeiro turno", relembra. Na opinião do congressista, a popularidade do governo voltará a subir no mesmo ritmo com que ele resolver os problemas financeiros herdados das últimas administrações.
"Eu poderia até ficar como um urubu à procura de uma carniça qualquer, mas espero que ele se recupere e faça um bom governo. Quem é eleito precisa do apoio de quem ele derrotou para administrar", declarou o senador.
Marcadores: alcides rodrigues, democratas, eleições, goiás, hotel bons tempos, juraci martins, prefeito, rio verde, ronaldo caiado
sábado, 24 de maio de 2008
Cônsul árabe visita Perdigão
O cônsul do Reino da Arábia Saudita no Brasil, Saad Misfer Ahmed Al Mimoni, esteve na unidade da Perdigão de Rio Verde, no dia 20, para inspecionar e verificar a produção halal, ou seja, o abate de aves de acordo com as regras muçulmanas. Ele veio acompanhado de Tamer Fawzi, representante da Central Islâmica Brasileira de Alimentos Halal (Cibal). O mercado árabe é atualmente o maior importador de frango brasileiro no mundo e recebe um terço de toda a exportação brasileira do produto.
A Perdigão foi a primeira indústria brasileira a atender as normas islâmicas e viabilizar exportação para os países árabes.
Conforme explicou o cônsul, o Reino Árabe representa um mercado de 22 milhões de habitantes e a média de consumo de aves por habitante é maior do que a mundial. Enquanto o brasileiro come 2,5 kg de frango ao ano, os árabes consomem média de 7,5 kg. "É a base da nossa alimentação e está presente desde o café-da-manhã até o jantar", detalha Al Mimoni. O clima extremamente quente e seco do Reino Árabe é desfavorável à criação de aves. Em menor escala, os habitantes do País consomem também carneiro da Austrália e carne bovina do Brasil.
Marcadores: cônsul árabe, normas islâmicas, perdigão, rio verde, Saad Misfer Ahmed Al Mimoni
Sudoexpo alcança metas
Mais de 100 mil pessoas visitaram, entre os dias 20 e 24, em Rio Verde, a XI Sudoexpo, considerada a maior feira multi-setorial do Centro-Oeste. O evento é promovido bienalmente pela Associação Comercial e Industrial de Rio Verde (Acirv) e reúne em um só lugar os principais representantes do poder político e da classe empresarial do Estado. Com o aumento da infra-estrutura e o advento de novidades como o Auto Moto Fest, que agrupou 10 concessionárias de carros e motos, a feira superou o volume de negócios anteriores em mais de R$ 2 milhões.
"Em 2006, foram mais de R$ 4 milhões. Este ano ultrapassamos a marca dos R$ 6 milhões, ou seja, crescimento de mais de 50%", contabiliza o presidente da Acirv, Oduvaldo Lopes. Ele dimensiona que as rodadas de negócios dêem origem a cerca de R$ 36 milhões em transações pelos próximos quatro meses. Para o funcionamento da feira, mais de 3 mil pessoas foram contratadas pelos expositores e organizadores. O evento foi realizado na Central de Abastecimento (Feira Coberta) e empresas micro, pequenas, médias e de grande portes comercializaram seus produtos e serviços em quase 150 estandes distribuídos por uma área de 15 mil m ². Paralelamente, aconteceram na parte interna do Estádio Mozart Veloso do Carmo shows de artistas consagrados nacionalmente, como as duplas Victor & Leo e Jorge & Mateus. A Sudoexpo teve o incentivo de instituições financeiras como Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal e o apoio dos governos estadual e municipal.
De acordo com o presidente da Acirv, as duas principais novidades da XI Sudoexpo foram o I Auto Moto Fest, que propiciou que sete concessionárias de carros novos e três de motos exibissem suas vedetes e aproveitassem o período para realizar negócios com condições diferenciadas e o lançamento oficial do site "Achei Empresas". O endereço eletrônico é uma espécie de Google para o empresariado local, que facilita o acesso do consumidor aos produtos e serviços do município.
"O objetivo é fazer com que não seja necessário sair de Rio Verde para encontrar determinado produto, mas remeter o consumidor para as páginas dos fornecedores locais", explica. Um espaço, segundo o economista e professor universitário Paulo Alexandre Salviano, importante para que as grandes marcas invistam na fidelização de seus clientes e para que as micro e pequenas empresas identifiquem oportunidades de negócios. "É uma grande chance para pré-estabelecer parcerias e tomar como exemplo prático a organização e o profissionalismo exigidos pelo mercado", pontua. Conforme o economista, a Sudoexpo contribui significativamente para a diversificação do mercado local e regional.
Agenda positiva
Para o governador Alcides Rodrigues, que prestigiou a abertura de cerimônia, o acontecimento demonstra a confiança do empresariado no poder público. Segundo ele, Goiás desfruta de mais credibilidade com o setor do que o governo federal e os outros Estados. "As empresas encontram segurança e facilidades para investir aqui", discursou. Ele ainda ressaltou os investimentos feitos no Estado por grupos nacionais e estrangeiros. Na opinião do governador, a Sudoexpo é parte importante do calendário de investimentos em Rio Verde, que conta ainda com uma das mais importantes feiras agropecuárias do Estado e com a Tecnoshow, maior feira de tecnologia para o campo da América Latina.
Segundo Paulo Afonso Teixeira, presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), a Sudoexpo está consolidada na agenda positiva de investimentos em Goiás. "O acontecimento demonstra a conscientização de que o poder político e a classe empresarial atuam como parceiros e de uma forma moderna.
" O prefeito de Rio Verde, Paulo Roberto Cunha e o secretário estadual de Agricultura, Leonardo Veloso, destacaram as oportunidades que o evento abriu para as empresas do Distrito Industrial de Micro e Pequenas Empresas (Dimpe), que ocuparam 32 estandes da feira. "Hoje, o nosso distrito industrial tem um peso muito forte na economia local, com empresas de confecção, móveis e materiais de construção, entre outros", destacou Paulo Roberto.
Marcadores: feira multi-setorial, goiás, rio verde, sudoexpo
Ferrovia Norte-Sul: Ato público em Rio Verde
Rio Verde é o município escolhido para sediar a primeira audiência pública para tratar da implantação da interligação das ferrovias Norte-Sul / Ferronorte. O evento será realizado no dia 2 de junho, no salão do Sindicato Rural, às 10h, e contará com a presença de representantes das três esferas públicas. Participarão da solenidade os secretários de Estado de Agricultura e de Planejamento, Leonardo Veloso e Othon Nascimento, respectivamente, o prefeito Paulo Roberto Cunha, o presidente da Valec, Francisco das Neves, prefeitos de todos os demais municípios que serão cortados e que estarão à margem da ferrovia (Açailândia, Porto Franco, Araguaína, Guaraí, Alvorada do Norte, Porangatu, Uruaçu, Ouro Verde, Anápolis, Aparecida do Taboado e Santa Fé do Sul), além de convidados em geral.
No último dia 20, Leonardo Veloso, Othon Nascimento e Paulo Roberto Cunha participaram de uma reunião, em Brasília, para definir detalhes do ato público. Serão convidados para o ato representantes políticos, empresariais e produtores, de todos estados envolvidos - PA, MA, TO, GO, MS, SP - e de todos os municípios de Goiás. Para o secretário de Estado da Agricultura, Leonardo Veloso, a história de desenvolvimento de Goiás será marcada em antes e depois da construção da ferrovia, que vai cortar 12 municípios do Estado.
"A Ferronorte vai trazer para Goiás não só prestígio e facilidades, mas também muito desenvolvimento e riqueza". O prefeito de Rio Verde ressalta que a escolha se deve ao fato de se tratar de um importante município por onde vai passar a ferrovia. "Somos um pólo na área do agronegócio e escoamento dos grãos. A ferrovia vai facilitar muito o trabalho dos nossos produtores", frisa Paulo Roberto Cunha. Ele conta que nos próximos dias será feito um estudo aéreo da região, como parte das atividades para implantação da ferrovia. Esteve presente também na reunião o presidente da Valec, Francisco das Neves.
Ferrovia
A Ferrovia Norte-Sul, que liga Belém a Rubinéia, tem extensão de 2.629 quilômetros. Destes, o trecho concluído vai de Açailândia a Araguaína e os trechos em construção são: Araguaína a Palmas e Anápolis a Uruaçu. A previsão é a implantação dos trechos que ligam Belém a Açailândia, Anápolis a Rio Verde e Rio Verde a Rubinéia, além da licitação em torno do trecho de Palmas a Uruaçu.
Saiba mais...
Situação atual da ferrovia em Goiás
TRECHO
URUAÇU - ANÁPOLIS
Extensão: 280 km - 5%
executados
Conclusão: até o 2º
semestre de 2009
TRECHO
URUAÇU - PORANGATU
Extensão: 147 km
Ordem de serviço: abril de 2008
TRECHO
ANÁPOLIS - RIO VERDE
Extensão: 300 km
Conclusão: até dezembro de 2011
TRECHO
RIO VERDE - RUBINÉIA (SP)
Extensão: 380 km
Conclusão dos estudos: outubro de 2008
Conclusão da obra: julho de 2011
Fontes: Prefeitura Municipal de Rio Verde e Valec
Marcadores: ato público, ferronorte, ferrovia norte-sul, goiás, interligação de ferrovias, rio verde
segunda-feira, 19 de maio de 2008
Tansporte coletivo urbano: licitação deflagra polêmica
A exigência feita na semana passada pelo Ministério Público Estadual de que, em um prazo de 45 dias, a Prefeitura de Rio Verde realize abertura de um novo processo de licitação para contratação de empresas de transporte coletivo no município deflagrou uma guerra entre as empresas de ônibus e tem causado preocupação à Superintendência Municipal de Trânsito (SMT).
Acusada pelo MP de operar ilegalmente desde 1998 graças a um contrato feito sem menção de procedimento licitatório, a Viação Prodoeste preferiu não comentar o assunto. Já a Viação Paraúna se manifestou por meio de sua advogada, Maria Cecília Delbonvechio, que revelou que a empresa irá brigar na Justiça para continuar prestando o serviço sem a necessidade de abertura de um novo processo de licitação. “O contrato previa a possibilidade de renovação, conforme ocorreu em 2001, quando houve uma prorrogação de mais 10 anos. Temos o direito de operar até 2011 ”, defende ela.
A advogada entende que a Viação Paraúna tem sido vítima de perseguições no município e acusa a superintendência de “proteger” a Palusa, empresa de ônibus que presta serviços para a Perdigão em Rio Verde desde março do ano passado. “Entramos com um mandado de segurança para que a SMT impedisse a atuação dessa empresa”, ataca. Segundo ela, o órgão municipal de trânsito restringe a exigência de que os veículos sejam registrados em Goiás somente para a Paraúna e a Prodoeste.
Delbonvechio acusa a SMT de fazer cobranças indevidas da empresa que representa, como não permitir a redução de 20% na circulação da frota nos finais de semana e feriados. “Isso tem causado um prejuízo enorme.” A advogada afirma também que a maioria das multas aplicadas pela SMT são indevidas. “Ela não se preocupa com a vida e a qualidade do trânsito, mas somente com horários. O órgão incentiva os motoristas a desrespeitar os limites de velocidade”, dispara.
Dilema
Ricardo Simões Martins, gerente-geral da Palusa, empresa com sede no Paraná e responsável pelo transporte de 10 mil passageiros por dia da Perdigão, alega que os veículos não tiveram a documentação transferida para Goiás por problemas do Detran do Estado. “Temos feito de tudo para pagar o IPVA em Goiás, mas o Detran tem tido dificuldades.” Segundo ele, outras indústrias de grande porte no município apresentaram propostas para contratar os serviços da empresa. Falta decidir se ela investe mais ainda na iniciativa privada ou se começa a atuar também na prestação do serviço público. “Estamos aguardando os termos da nova licitação para saber se é viável economicamente. Ainda não sabemos, por exexemplo, se catracas eletrônicas serão exigidas, o que elevaria muito os custos.”
Tempo escasso
O superintendente municipal de Trânsito, Nazian Roberto Santos, reclama do prazo imposto pelo MP para que um novo processo licitatório seja elaborado: “Tenho percorrido muitas cidades para ver o que pode ser aproveitado, mas temo que o tempo não seja suficiente.” Ele explica que, durante o ano passado, a SMT emitiu mais de 80 multas para as duas empresas que prestam o serviço de transporte público em Rio Verde. “A qualidade do serviço é péssima”, classifica. Segundo Nazian, a maior parte das notificações ocorreram por atrasos dos ônibus e mudanças repentinas no itinerário. O chefe da SMT nega a acusação feita pela representante da Viação Paraúna de que o órgão esteja concedendo qualquer tipo de favorecimento a uma das empresas.
Marcadores: goiás, irregularidades, licitação, rio verde, transporte coletivo, viação paraúna, viação prodoeste
Rodoviária pode ser interditada
Inaugurado há 25 anos, o Terminal Rodoviário Epaminondas Portilho não possui estrutura suficiente para atender a crescente demanda do município. Atualmente, onze empresas de transporte rodoviário e outras duas de transporte semi-urbano operam na rodoviária de Rio Verde e atendem quase dez mil pessoas todos os meses. Não é difícil encontrar paredes rachadas, fiação inadequada e problemas na edificação antiga que comprometem a segurança dos usuários. "Não é um lugar de recepção, mas sim de decepção", afirma o vereador José Henrique de Freitas que, assim como o promotor de Justiça Márcio Toledo, solicitou uma vistoria técnica do Corpo de Bombeiros no local. "Sabíamos que as condições eram péssimas, mas só agora percebemos que a situação é mais grave", salienta o vereador.
O relatório de inspeção do 4º Grupamento do Corpo de Bombeiros de Rio Verde constatou 17 irregularidades no prédio e deu até o dia 11 de junho para que a prefeitura cumpra as condições mínimas de segurança contra incêndio, explosão e pânico. "O não cumprimento das exigências dentro do prazo estabelecido poderá acarretar em notificação, autuação e até mesmo a interdição do prédio, com encaminhamento de processo administrativo para que o Ministério Público tome as providências locais", explica o tenente Nelson Martins da Silva, responsável pela vistoria do terminal rodoviário. O órgão de defesa do cidadão poderá também firmar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com a prefeitura para o cumprimento das leis.
De acordo com o militar, muitas medidas devem ser tomadas de imediato, como a retirada de botijões de gás de locais inadequados, a construção de rampas de acesso para portadores de necessidades especiais e de corrimãos nas escadas. "O botijão instalado dentro da banca de revistas oferece um grande risco, assim como outros, que estão na parte interna das lanchonetes." O Código Estadual de Proteção Contra Incêndio, Explosão, Pânico e Desastres estabelece que cada estabelecimento pode utilizar no máximo um botijão de gás, desde que instalado em local externo e ventilado no térreo. Se isso não for possível, o fornecimento deverá ser feito por meio de uma central de gás.
Todos os pontos que apresentam risco especial, como casa de força e quadro de comandos, precisam ser sinalizados. "Constatamos também a necessidade urgente de manutenção geral nas instalações elétricas e a manutenção e reposição dos componentes do sistema de incêndio." O número de extintores do terminal não obedece à lei que obriga os estabelecimentos públicos a terem um aparelho a cada 25 metros no máximo e os que existem não possuem sinalização adequada. Até a expiração do prazo, o poder público também terá de providenciar iluminação de emergência em todos os acessos, antecâmaras, escadas, descargas e áreas de refúgio. Saídas de emergência e rotas de fuga devem ser sinalizadas com setas. Um bloco de iluminação deverá ser construído a cada 15 metros em cada patamar das escadas e rampas. O pátio possui um reservatório de água, porém os bombeiros não conseguiram calcular a capacidade de reserva técnica para suprir o sistema de combate a incêndio.
Resposta
O diretor administrativo do terminal rodoviário de Rio Verde, João Roberto Neves, informa que aguarda as instruções da Secretaria Municipal de Obras para adequar a velha estrutura às normas técnicas de segurança. O titular da pasta, Evandro Fiúza, elabora um projeto que será enviado para a avaliação do Corpo de Bombeiros. Ele não foi encontrado pela reportagem para detalhar o trabalho. "Já sei que não será fácil, uma vez que quando o prédio foi construído essas exigências não existiam", diz o diretor administrativo da rodoviária.
Segundo ele, o movimento cresceu assustadoramente nos últimos anos e o Serviço de Atendimento ao Migrante (SAM) atende dezenas de pessoas diariamente. "São mais de 20 ônibus por dia e atendemos passageiros de todo o Brasil." O atendimento em apenas meio período restringe ainda mais a qualidade na prestação do serviço e as dificuldades dos usuários da rodoviária de Rio Verde. Neves, contudo, destaca a construção de dois novos banheiros, localizados em um prédio ao lado do terminal.
Coluna Palanque 17/05/2008
Segurança
A Secretaria de Obras de Rio Verde pode ter de reforçar a segurança. Devido à demora para aprovação dos projetos de construção civil, tem gente perdendo as estribeiras. Na última semana, um arquiteto trocou tapas com um funcionário da prefeitura no local. Engenheiros, arquitetos e empresários, que necessitam de rapidez na aprovação de seus projetos, reclamam da de demora de até dois meses. Com isso, a economia local tem deixado de receber investimentos.
Empresariado
O presidente da CDL de Rio Verde, Fernando Ramos Jayme, já admite que é pré-candidato a vereador pelo PSDB. Ele quer aproveitar o prestígio no meio empresarial e o apoio de Padre Ferreira.
Furma
Presidente do PSOL, Tony Braz quer reunir os antigos membros da Fundação Rio-verdense do Meio Ambiente. Ele convoca os interessados para Assembléia Geral Extraordinária no próximo dia 29, no prédio do Moporv. A reunião para reativar a entidade acontece às 18h.
Banheiro caro
O vereador José Henrique de Freitas (PMDB) questiona os custos da construção do novo banheiro da rodoviária. “A obra custou R$ 80 mil e, ainda por cima, foi feita por uma construtora de Quirinópolis”, protesta.
Dengue
Recuperado da dengue e de volta à Câmara Municipal, Nilo do Carmo alega que contraiu a doença em Goiânia, e não em Rio Verde. “Foi dengue do PMDB”, sugeriu.
Constrangedor
O anúncio feito por Paulo Roberto de que não irá mais construir uma nova prefeitura tem deixado vermelho o líder de governo Casagrande. Ele havia dito que, se a obra não fosse terminada este ano, desistiria do pleito.
Ifet
A mobilização pró-reitoria do IFET em Rio Verde quer lotar pelo menos cinco ônibus para Brasília, em junho, com simpatizantes da causa, deputados, vereadores e prefeitos. A intenção é pressionar os congressistas na votação do projeto de Lei.
DEM impõe pré-candidatura
Nascido das forças mais tradicionais do seio ruralista, o DEM, antigo PFL, nunca teve a ousadia de abraçar uma candidatura majoritária em Rio Verde, município localizado a 220 quilômetros de Goiânia e considerado principal pólo da agricultura no Estado. Para quebrar o tabu e na tentativa de angariar forças no período que antecede as convenções dos partidos, a legenda lançou a pré-candidatura de Juraci Martins à Prefeitura de Rio Verde no domingo passado, dia 11.
O acontecimento, que deveria contar com a presença do senador Demóstenes Torres e do ex-deputado federal Vilmar Rocha, foi liderado pelo deputado federal Ronaldo Caiado, presidente do diretório estadual e vice-presidente do partido em nível nacional.
A presença, no churrasco promovido pelos democratas no tatersal do Sindicato Rural de Rio Verde, dos principais líderes do PSDB, PMDB, PPS, PRB e PMN deixou claro que o DEM busca clarear o cenário de sucessão do prefeito Paulo Roberto Cunha (PP).
Nem mesmo o tom de candidatura de oposição e os ataques generalizados à administração pepista no município impediram que o presidente do PP rio-verdense, Adelson Nascimento Lima, comparecesse ao evento. O deputado estadual Wagner Guimarães (PMDB) foi representado pelo vereador José Henrique de Freitas, que falou que o município é governado atualmente com mão-de-ferro.
Respaldo
Ronaldo Caiado afirmou que a decisão de ter candidatura majoritária no município não pode ser taxada de intransigente. "Nós sempre depositamos nosso poder em outras candidaturas em Rio Verde e creio que acrescentamos no processo. Agora temos maturidade e um nome capaz de unir todos os setores representativos da sociedade", disse o vice-líder do DEM na Câmara Federal.
Ele diz que Juraci Martins terá ao seu dispor respaldo incondicional da executiva nacional do partido para administrar a cidade. De acordo com ele, as figuras de maior projeção do DEM em nível nacional – como o senador Demóstenes Torres e o ex-deputado federal Vilmar Rocha – estarão empenhados na campanha do município. Caiado não escondeu que a vitória teria grande ressonância para a campanha ao governo estadual em 2010. "É também uma vitrine para o Brasil inteiro."
Juraci Martins, um quase-candidato dos pleitos municipais nos últimos 20 anos, diz que desta vez a decisão é irreversível. Influente no meio ruralista, o ex-presidente do Sindicato Rural e ex-membro da Federação de Agricultura de Goiás (Faeg) acredita que finalmente obteve trânsito livre. Ele se considera a melhor alternativa para todos os setores. "Estou me preparando para isso há muito tempo e finalmente existe credibilidade com o empresariado e mobilização da classe trabalhadora nos bairros", conclui.
Críticas
Causando certo embaraço à presença do PP no evento, Juraci Martins reiterou críticas à administração atual e disse que o poder público está muito defasado em relação à dinâmica da iniciativa privada. "Rio Verde precisa de renovação. Existe a carência de mais 10 mil vagas para creches e quase 1,5 milhão de metros quadrados sem asfalto."
O virtual candidato do DEM pediu reflexão aos representantes dos partidos presentes. "Adelson, você precisa preservar a sua consciência", disse ao secretário de Articulação Política de Paulo Roberto Cunha. Ao vereador tucano Idelson Mendes, que não consegue se definir entre o prefeito e Padre Ferreira, ele recomendou que o parlamentar "corrija seus rumos". Juraci prometeu ao presidente do diretório municipal do PPS, Demilson Lima, que a legenda terá participação na próxima administração.
Padre Ferreira não abre mão de liderança de chapa
A ênfase na tese defendida pelos democratas de que a legenda terá candidato a prefeito e não de vice não inibiu o deputado estadual Padre Ferreira (PSDB), que possui um pré-acordo de aliança com o DEM, de afirmar que os tucanos são igualmente intransigentes quanto à cabeça-de-chapa. "Nossa presença aqui reforça o convite de que a militância do DEM saia conosco às ruas para vencer as eleições", declarou o parlamentar.
Para Juraci, o anúncio anterior de aliança entre os dois partidos não significa ceder o cargo principal. "Existia um pré-acordo de que aquele que estivesse melhor seria o candidato a prefeito. O critério não é quem está na frente das pesquisas, que mostram apenas um cenário de momento", despista.
Segundo o pré-candidato democrata, a maior visibilidade de PSDB e PMDB nas pesquisas se deve aos mandatos de Padre Ferreira e Wagner Guimarães na Assembléia Legislativa. Inicialmente, ele admite que o PP também levaria vantagem graças ao fato de Leonardo Veloso, pré-candidato dos progressistas no município, participar do governo de Goiás como secretário de Agricultura. "Estamos surgindo agora", minimizou Juraci.
Atendendo a uma orientação de Sérgio Caiado, presidente do diretório regional do PP, Adelson Lima, participou do evento e contemporizou as críticas à gestão do partido nas esferas municipal e estadual e contestou discurso de renovação administrativa. "No afã de ganhar votos, as pessoas exageram. Leonardo Veloso representa mais a renovação do que o próprio Juraci". Conforme o pepista, nada impede que os democratas preencham a vaga de vice de Veloso com um nome do DEM ou um indicado pelo antigo PFL. "Nosso partido tem condições de que Juraci tenha uma secretaria na próxima gestão e talvez uma candidatura para deputado federal em 2010", ofereceu.
Marcadores: 2008, adelson lima, eleições, padre ferreira, pp, prefeito, psdb, rio verde
DEM impõe pré-candidatura
Nascido das forças mais tradicionais do seio ruralista, o DEM, antigo PFL, nunca teve a ousadia de abraçar uma candidatura majoritária em Rio Verde, município localizado a 220 quilômetros de Goiânia e considerado principal pólo da agricultura no Estado. Para quebrar o tabu e na tentativa de angariar forças no período que antecede as convenções dos partidos, a legenda lançou a pré-candidatura de Juraci Martins à Prefeitura de Rio Verde no domingo passado, dia 11.
O acontecimento, que deveria contar com a presença do senador Demóstenes Torres e do ex-deputado federal Vilmar Rocha, foi liderado pelo deputado federal Ronaldo Caiado, presidente do diretório estadual e vice-presidente do partido em nível nacional.
A presença, no churrasco promovido pelos democratas no tatersal do Sindicato Rural de Rio Verde, dos principais líderes do PSDB, PMDB, PPS, PRB e PMN deixou claro que o DEM busca clarear o cenário de sucessão do prefeito Paulo Roberto Cunha (PP).
Nem mesmo o tom de candidatura de oposição e os ataques generalizados à administração pepista no município impediram que o presidente do PP rio-verdense, Adelson Nascimento Lima, comparecesse ao evento. O deputado estadual Wagner Guimarães (PMDB) foi representado pelo vereador José Henrique de Freitas, que falou que o município é governado atualmente com mão-de-ferro.
Respaldo
Ronaldo Caiado afirmou que a decisão de ter candidatura majoritária no município não pode ser taxada de intransigente. "Nós sempre depositamos nosso poder em outras candidaturas em Rio Verde e creio que acrescentamos no processo. Agora temos maturidade e um nome capaz de unir todos os setores representativos da sociedade", disse o vice-líder do DEM na Câmara Federal.
Ele diz que Juraci Martins terá ao seu dispor respaldo incondicional da executiva nacional do partido para administrar a cidade. De acordo com ele, as figuras de maior projeção do DEM em nível nacional – como o senador Demóstenes Torres e o ex-deputado federal Vilmar Rocha – estarão empenhados na campanha do município. Caiado não escondeu que a vitória teria grande ressonância para a campanha ao governo estadual em 2010. "É também uma vitrine para o Brasil inteiro."
Juraci Martins, um quase-candidato dos pleitos municipais nos últimos 20 anos, diz que desta vez a decisão é irreversível. Influente no meio ruralista, o ex-presidente do Sindicato Rural e ex-membro da Federação de Agricultura de Goiás (Faeg) acredita que finalmente obteve trânsito livre. Ele se considera a melhor alternativa para todos os setores. "Estou me preparando para isso há muito tempo e finalmente existe credibilidade com o empresariado e mobilização da classe trabalhadora nos bairros", conclui.
Críticas
Causando certo embaraço à presença do PP no evento, Juraci Martins reiterou críticas à administração atual e disse que o poder público está muito defasado em relação à dinâmica da iniciativa privada. "Rio Verde precisa de renovação. Existe a carência de mais 10 mil vagas para creches e quase 1,5 milhão de metros quadrados sem asfalto."
O virtual candidato do DEM pediu reflexão aos representantes dos partidos presentes. "Adelson, você precisa preservar a sua consciência", disse ao secretário de Articulação Política de Paulo Roberto Cunha. Ao vereador tucano Idelson Mendes, que não consegue se definir entre o prefeito e Padre Ferreira, ele recomendou que o parlamentar "corrija seus rumos". Juraci prometeu ao presidente do diretório municipal do PPS, Demilson Lima, que a legenda terá participação na próxima administração.
Padre Ferreira não abre mão de liderança de chapa
A ênfase na tese defendida pelos democratas de que a legenda terá candidato a prefeito e não de vice não inibiu o deputado estadual Padre Ferreira (PSDB), que possui um pré-acordo de aliança com o DEM, de afirmar que os tucanos são igualmente intransigentes quanto à cabeça-de-chapa. "Nossa presença aqui reforça o convite de que a militância do DEM saia conosco às ruas para vencer as eleições", declarou o parlamentar.
Para Juraci, o anúncio anterior de aliança entre os dois partidos não significa ceder o cargo principal. "Existia um pré-acordo de que aquele que estivesse melhor seria o candidato a prefeito. O critério não é quem está na frente das pesquisas, que mostram apenas um cenário de momento", despista.
Segundo o pré-candidato democrata, a maior visibilidade de PSDB e PMDB nas pesquisas se deve aos mandatos de Padre Ferreira e Wagner Guimarães na Assembléia Legislativa. Inicialmente, ele admite que o PP também levaria vantagem graças ao fato de Leonardo Veloso, pré-candidato dos progressistas no município, participar do governo de Goiás como secretário de Agricultura. "Estamos surgindo agora", minimizou Juraci.
Atendendo a uma orientação de Sérgio Caiado, presidente do diretório regional do PP, Adelson Lima, participou do evento e contemporizou as críticas à gestão do partido nas esferas municipal e estadual e contestou discurso de renovação administrativa. "No afã de ganhar votos, as pessoas exageram. Leonardo Veloso representa mais a renovação do que o próprio Juraci". Conforme o pepista, nada impede que os democratas preencham a vaga de vice de Veloso com um nome do DEM ou um indicado pelo antigo PFL. "Nosso partido tem condições de que Juraci tenha uma secretaria na próxima gestão e talvez uma candidatura para deputado federal em 2010", ofereceu.
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De volta ao batente
Em outubro do ano passado, o então diretor da Regional Sudoeste da Secretaria de Justiça do Estado, Renato Alves Rabelo, e Jeová Rosa Cardoso, que dirigia o Centro de Inserção Social (CIS) de Mineiros, foram formalmente acusados pelo Ministério Público de espancar e torturar 32 homens e cinco mulheres que cumpriam pena na Casa de Prisão Provisória (CPP) e na Unidade do Semi-Aberto de Rio Verde.
Assim como 15 agentes prisionais de Rio Verde, Jataí e Mineiros, eles tiveram a prisão preventiva decretada na época. Passados seis meses, eles seguem trabalhando pelo Estado. Cardoso atualmente é diretor do CIS de Jataí e o ex-diretor regional tornou a dirigir o sistema prisional de Uruaçu, atuando normalmente na "reeducação" dos presos no norte do Estado. Os agentes também retornaram, em sua grande parte, para o desempenho das mesmas atividades.Conforme a denúncia dos promotores de Justiça Mário Henrique Cardoso Caixeta, João Porto Silvério Jr e Yashmin Crispim Baiocchi, no dia 11 de outubro de 2007 os quase vinte funcionários públicos ordenaram que todos os presos se deslocassem com a testa encostada na parede, ao passo que desferiam golpes de cassetete nas suas costas e tapas na nuca. De acordo com o MP, as vítimas ainda tiveram de se despir e sofreram diversos abusos, como uso de gás de pimenta. Além dos detentos de Rio Verde, presos de Mineiros e Jataí que seriam levados para Goiânia também foram agredidos.
"Desestabilização"
Sem cargo no Estado desde que a reforma administrativa de Goiás incorporou a Secretaria de Justiça à pasta de Segurança Pública, os ex-chefe da Sejus, Edemundo Dias de Oliveira Filho, enviou ofício na última semana à Câmara Municipal de Rio Verde - que havia solicitado nota de explicação sobre o escândalo - justificando o episódio. Segundo ele, a sindicância do órgão comprovou a "inconsistência das acusações e evidenciou a existência de um grupo de pessoas com o propósito de desestabilizar o Sistema Prisional de Rio Verde, inclusive induzindo autoridades ao erro", conforme explica o documento lido pela mesa diretora do Poder Legislativo. O ex-secretário de Justiça de Goiás declara que não ocorreu prática de agressões contra os reeducandos, mas sim uma "revista rigorosa" dos detentos. Dias se manifesta a favor da instauração de uma sindicância para apurar responsabilidades de três agentes, a quem acusa de manipular a população carcerária a fim de obter vantagens ilícitas para assumir cargos de diretores de unidade prisional e da Regional do Sudoeste.
Por onde andam
O "rei"
Agente de segurança prisional concursado, Renato Alves Rabelo assumiu o comando da Regional Sudoeste da Secretaria de Justiça do Estado em março do ano passado com a responsabilidade de substituir Rodrigo Ferreira Rodrigues, acusado de motivar rebelião dos detentos do Centro de Inserção Social (CIS) de Rio Verde. Na cerimônia de posse, ele ainda gozava da fama de administrador eficaz do sistema carcerário em Uruaçu, no norte de Goiás. A regional abrigava as cadeias públicas de Rio Verde, Jataí, Mineiros, Quirinópolis, Santa Helena e São Simão, abrangendo mais de dez unidades prisionais da região. Sete meses depois, Rabelo teve de passar uma semana em uma cela improvisada no prédio do Corpo de Bombeiros. Após abertura de sindicância e constatação do órgão de que abusos contra a população carcerária nunca existiram, ele retornou ao cargo em Uruaçu, onde trabalha até hoje. Segundo relato das vítimas, na noite de 11 de outubro, Rabelo perguntava repetidas vezes aos detentos quem era o "rei".
O "pitbull"
De acordo com a denúncia formulada pelo Ministério Público e conforme os depoimentos dos detentos da Casa de Prisão Provisória e do Semi Aberto, Jeová Rosa Cardoso era conhecido como "pitbull". Dono de um temperamento que faz jus ao apelido, ele teria colocado em prática as ordens de abuso e humilhação impostas aos presos pelo diretor da regional. Na época, Cardoso era diretor do CIS de Mineiros. Depois do escândalo e da absolvição na sindicância, ele foi transferido para Jataí, onde dirige o sistema prisional do município.
Legislação
A lei número 9.455, de 7 de abril de 1997, estabelece pena de até dez anos de reclusão para o crime de tortura com lesão corporal grave e é acrescida de um sexto até um terço quando praticada por agente público. Em caso de condenação, a punição acarretaria perda do cargo, função ou emprego público e a interdição para seu exercício pelo dobro do prazo
da pena aplicada.
segunda-feira, 24 de março de 2008
Transformação do eleitorado desafia candidaturas no Sudoeste
Compreensão das mudanças no perfil dos cidadãos aptos a votar deverá ser ponto-chave para quem almeja a vitória nas eleições municipais da região
Fernando Machado
Nas eleições que acontecem em outubro, os candidatos a prefeito e a vereador nos municípios do Sudoeste encontrarão um quadro modificado e bem mais complexo do que existia nos pleitos anteriores. Ao mesmo passo que acarretou intenso crescimento populacional, a industrialização da agricultura na região foi acompanhada de uma mudança proporcional no perfil do eleitorado nos últimos dez anos. Em Rio Verde, os interessados na chefia do Executivo e em um assento na Câmara Municipal toparão daqui a pouco mais de seis meses com um eleitorado 38% diferenciado daquele que existia há oito anos. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o número de habitantes aptos a votar subiu de 67 mil em 2000 para mais de 93 mil já prontos para ir às urnas este ano, aumento superior a um quarto do total.
Pólo econômico da região, Rio Verde não foi a única cidade a constatar metamorfoses no perfil do seu eleitorado graças à chegada de emigrantes. Em Mineiros, onde a zona eleitoral local registrou crescimento de mais de 25 % de 2000 para cá, a cara do eleitorado também mudou drasticamente. A instalação de multinacionais e a conseqüente chegada de trabalhadores de todo o País, especialmente das regiões Norte e Nordeste, fizeram com que o eleitorado crescesse outros 16 % de 2006 até hoje. A média de crescimento no Estado nos últimos oito anos foi de 5,32% e de 5,22 % na estatística nacional. O acréscimo eleitoral em Montividiu dentro do mesmo prazo foi de quase 6%. Em Quirinópolis, onde a oferta de empregos cresceu mais de 14 vezes nos últimos três anos, o eleitorado aumentou 4 % das eleições de 2006 para a atualidade. Em Jataí, a adição foi superior a 5%. Em Rio Verde, as duas zonas eleitorais registraram 8,5% a mais de eleitores das últimas disputas estaduais e federais.
“Muda a referência”
Cientista político e pró-reitor de uma universidade em Anápolis, Itami Campos entende que somente o tempo dirá se a transformação poderá ser benéfica ao processo de representação política, mas assegura que é um ponto-chave das disputas que serão travadas nos municípios do Sudoeste. “Não há como ignorar essa realidade no planejamento estratégico das campanhas. Um desafio que será decisivo para quem tiver inteligência para explorá-lo.” Ele compara a mudança de perfil dos eleitores da região com a ocorrida no município de Vila Boa no passado recente. “Lá, a transformação no quadro de referência foi capaz de diluir a força política de grupos locais. No Sudoeste, isso vai depender da habilidade de cada um. O político que souber trabalhar esse fator certamente levará vantagem”, observa. A mudança de referência do eleitor, na opinião dele, pode levar muitos políticos a perderem o foco na busca pela conquista ou manutenção do poder nos municípios.
O estudioso social examina o fato com a lupa da família e entende que a tendência é de que a postura política do novo eleitorado se torne mais clara e consolidada com o advento da segunda geração de emigrantes. Segundo ele, pesquisas demonstram que, geralmente, os trabalhadores que encontram, em uma nova região, condições de vida melhores do que em sua origem, tendem, em princípio, para a acomodação. “É mais provável que os filhos dos emigrantes sejam mais inconformados e adotem posições esquerdistas”, estabelece. Campos alerta que, por outro lado, o crescimento do número de eleitores pode não ocorrer isolado de aumento da quantidade de candidatos recém-chegados a esses municípios. “Isso não deixa de abrir a porta para oportunistas. Da mesma forma, ainda é cedo para decretar o fim dos chamados ‘currais eleitorais’ e saber que ameaça isso pode significar para os grupos políticos tradicionais ou se irá gerar mudanças de orientação na sociedade”, contrapõe.
Conforme Elton Chacarosque, analista jurídico da 30ª Zona Eleitoral de Rio Verde, muitos deixam para a última hora a regularização e a transferência de seus domicílios eleitorais, o que gera transtornos para o Tribunal Regional Eleitoral (TRE). “O prazo final para a transferência é no dia 7 de maio. Portanto, para evitar novos tumultos, o melhor é que os interessados procurem o órgão o quanto antes”, anuncia.
Questão de cidadania
Vendedor de motos em uma concessionária de Rio Verde, o paulistano Wagner Barreto Neves, 26, é um dos novos rostos que devem comparecer às urnas no município este ano. Estabelecido na cidade há quase quatro anos, ele trocou o desemprego que amargava no maior centro industrial do País pelas novas oportunidades geradas pela agroindústria em Goiás. Agora, defende que a contribuição do trabalho de emigrantes como ele para a economia local credencia o direito a opinar sobre os destinos da cidade. “Estou vendo os problemas e me sinto na tarefa de participar. Para isso, quero usar o maior instrumento político existente, que é o voto”, impõe-se. “É como em um jogo, onde quem está de fora acaba percebendo coisas que os outros não enxergam”, compara.
Para Silvanez Alves dos Santos, 28, vigia de uma empresa de segurança em Rio Verde, a transferência do título para o novo domicílio demonstra também a confiança de criar raízes na cidade. Natural de Currais Novos, no Rio Grande do Norte, ele chegou ao município em 2006 e já providencia a atualização na Justiça Eleitoral. “Pretendo cursar uma faculdade aqui e o título eleitoral devidamente regularizado é uma das exigências. Além disso, acredito que isso mostra para a empresa a perspectiva de continuar no trabalho”, relata. Ele explica que a sua meta é conclamar os familiares do Nordeste a percorrerem a mesma trajetória em busca de crescimento profissional.
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Câmara de Jataí tem novo presidente
Governistas conseguiram esvaziar chapa concorrente e eleger o pepista João Wesley de Moura para o comando do Legislativo em 2008
Fernando Machado
No último dia 18, a chapa encabeçada pelo vereador João Wesley Cabral de Moura (PP) saiu vencedora da disputa pela presidência da Mesa Diretora da Câmara Municipal de Jataí. O êxito do pepista, que obteve o voto de oito dos 10 parlamentares, só foi possível graças a uma manobra política articulada pelo grupo do prefeito Fernando Henrique Peres (PR), que conseguiu esvaziar a chapa concorrente, liderada por Ediglan Maia (PSDB). Os dois votos contrários foram dos peemedebistas Gênio Eurípedes e Geovaci Peres. Minutos antes do prazo final para o registro de chapas, no dia 16, o vereador de oposição Adilson de Carvalho (PMDB) solicitou à Secretaria da Casa a desconsideração de sua assinatura na chapa do tucano para se inscrever como 1º vice-presidente no grupo liderado por Moura. Dessa forma, a chapa comandada por Maia ficou sem o número mínimo de cinco integrantes para pleitear a presidência do Legislativo. Faltando cerca de cinco minutos para o prazo de encerramento, Moura protocolou sua chapa, composta ainda por André Pires (PR), 2º vice-presidente; Abimael Souza Silva (PR), 1º secretário e Maria José da Silva (PTB), 2ª secretária.
O retorno de Moura para a presidência da Casa que ele presidira em 2006 coloca fim ao imbróglio que se arrastava no Legislativo desde 22 de fevereiro, quando o juiz da 2ª Vara Cível da Comarca de Jataí, João César Guaspari Papaléu, determinou a anulação da eleição para a Mesa Diretora para o exercício de 2008, destituindo Maia do cargo máximo do parlamento jataiense e exigindo a convocação de novo pleito. O tucano manteve seu grupo unido e, mais uma vez, venceu a disputa. No entanto, menos de uma semana depois o juiz novamente anulou a eleição, fazendo com que o líder do governo na Casa, Alcides Fazzolino (PTB), vereador mais idoso de Jataí, assumisse interinamente a presidência, conforme reza o Estatuto.
No curto período em que esteve à frente da Mesa Diretora, o petebista cancelou as principais medidas tomadas por Maia, como o reajuste salarial de 150% de todos os servidores da Casa, e ainda demitiu todos os ocupantes de cargos comissionados no Legislativo. Além disso, apresentou relatório acusando o ex-presidente de ter superfaturado serviços, malversação de dinheiro público e emissão de notas frias. No documento apresentado no Plenário por Fazzolino, Maia é incriminado de ter gasto nos dois primeiros meses de 2008 R$ 5 mil em festas e R$ 3,6 mil em compra de perfumes. Indignado, Maia acusou o colega de deslumbramento com o poder e negou todas as acusações.
O novo presidente da Câmara, que integra a bancada de oposição à administração municipal, assumiu a função pregando independência e sinalizando uma postura menos agressiva em relação ao Executivo. “Eu jamais serei contrário a alguém porque politicamente o grupo me força a ser. Vou ser um presidente pluripartidário”, disse em sua posse. Nesta semana, Moura deverá se reunir com o restante dos vereadores para avaliar se mantém ou não as medidas e os projetos criados por Maia, como o “Câmara Itinerante”, cujo calendário de sessões ordinárias nos bairros já estava programado, assim como a longa lista de demissões e o reajuste salarial dos servidores. “Essas decisões serão tomadas de acordo com a vontade da maioria”, resume. Ao mesmo tempo, ele promete tomar conhecimento da situação financeira da Casa. Moura afirmou que evitará ao máximo que os parlamentares utilizem o Plenário para fazer campanha política. Mesmo obtendo o voto favorável de Maia, ele interrompeu um discurso inflamado de críticas do tucano dirigidas ao prefeito Fernando Henrique Peres e pediu que ele se restringisse aos assuntos parlamentares. “O importante agora é reverter a imagem da Câmara, que ficou muito desgastada com os desmandos e irregularidades ocorridos no início de 2008. Quero unir todos os pares em prol dessa causa”, declarou.
Análise
Oposição sai abalada
Caracterizada por uma postura áspera e contundente em relação à administração do prefeito Fernando Henrique Peres (PR) a bancada oposicionista da Câmara Municipal de Jataí sofreu abalos estruturais com a vitória de João Wesley Cabral de Moura (PP) para a presidência do Legislativo. Primeiro porque o pepista, que sempre se manteve claramente na trincheira adversária ao primeiro mandato de Peres, assume o comando do Legislativo com uma postura mais amena em relação ao Executivo. Segundo, pelo fato de Ediglan Maia (PSDB), notadamente o oposicionista mais aguerrido, não poder mais usufruir da presidência da Casa para vociferar seus ataques contra Peres. E terceiro, e mais grave, porque os principais aliados do prefeito, como o ex-líder de governo André Pires (PR) e agora 2º secretário, foram reconduzidos para a Mesa Diretora graças ao apoio estratégico de um peemedebista.
Presidido no município pelo deputado federal Leandro Vilela, o diretório do PMDB não conseguiu evitar o desmantelamento de sua bancada e estuda agora como lidar com a rebeldia de Adilson Carvalho, que não seguiu as orientações da legenda. A posição dúbia de Carvalho ainda coloca em xeque a liderança do ex-prefeito Humberto Machado (PMDB), provável adversário de Peres na eleição majoritária de outubro. Nesse novo cenário, a oposição corre o risco de perder a maioria na Casa e passa a ser composta, na prática, somente pelos vereadores tucanos Ediglan Maia e Soraia Rodrigues e os peemedebistas Geovaci Peres e Gênio Eurípedes. Nesta semana, o diretório municipal do PMDB se reunirá para decidir se Carvalho será ou não expulso do partido. (F.M.)
sexta-feira, 7 de março de 2008
Coluna Palanque 07/03/2008
Ao melhor estilo Iris Rezende, o prefeito de Quirinópolis, Gilmar Alves (PMDB), reuniu mais de 20 mil pessoas na festa de aniversário, no dia 2, quando comemorou 50 anos de vida.
Fartura
A festa de aniversário foi mais do que farta. Foram 15 mil latas de cerveja, 50 bois, 15 carneiros, 15 porcos, 115 galinhas, 5 mil pamonhas. Entre as autoridades peemedebistas presentes estavam os deputados estaduais Paulo Cezar Martins e Samuel Belchior. Presidente da Juntude do PMDB, Cristian Gomes também levou seu abraço ao amigo.
Sucessão
A prefeita de Santa Helena e primeira-dama do Estado, Raquel Rodrigues (PP) confirmou a esta coluna que pode mesmo ficar de fora da sucessão municipal. Segundo ela, tem sido muito difícil conciliar os compromissos à frente da OVG e ainda cuidar da administração de Santa Helena. Ela também confirmou que Carlos Silva (PP) tem a sua preferência. Ele foi diretor da Saneago e vereador por duas vezes.
Acesso
Os deficientes físicos de Rio Verde reclamam do acesso ao Restaurante Cidadão, inaugurado com grande alarde há poucos dias. Para entrar no prédio, eles têm de utilizar a rampa do Vapt-Vupt, localizada na Avenida Presidente Vargas.
Recado
A direção da Associação dos Deficientes Físicos de Rio Verde (Adefirv) avisa que 35 empregos estão disponíveis para deficientes em diversas empresas do município.
Virou novela
Pela segunda vez, a Justiça afastou Ediglan Maia (PSDB) da presidência da Câmara de Jataí. O juiz João César Papaléu determinou a saída imediata do tucano, sob pena do uso de força policial. Segundo o magistrado, o vereador mais idoso - e não Maia - deveria ter ocupado a cadeira máxima do Legislativo durante o período anterior à realização da segunda eleição da Mesa Diretora, ocorrida no último dia 29 de fevereiro deste ano.
Mais velho
Atendendo a decisão judicial, o líder do governo e parlamentar mais idoso da Casa, Alcides Fazzolino (PTB) assumiu a presidência no dia 5. Ele ainda terá de definir a data para a nova eleição.
Segurança
Ernesto Roller, secretário de Segurança do Estado, atendeu o chamado do prefeito Fernando Henrique Peres (PR) e visitou Jataí. Peres reforçou o pedido de vetar a regionalização do Centro de Internação de Adolescentes de Jataí. Além disso, o prefeito conseguiu a garantia de imediato a vinda de cinco servidores, uma viatura e a reforma e ampliação do prédio do IML.
Energia solar
A instalação de coletor solar no Conjunto Mauro Bento tem reduzido em até 50% o valor das contas de energia. O aparelho foi instalado graças a uma parceria entre a prefeitura e a Celg. “É um benefício muito grande para a população e que nos enche de orgulho. Com a economia gerada, os moradores podem comprar mais comida e mais utensílios para o seu cotidiano”, salientou o republicano.
O “x” da questão
O secretário estadual de Agricultura, Leonardo Veloso do Prado (PP), disse que a sua maior preocupação no momento é encontrar um nome de Rio Verde para substituí-lo no comando da pasta, caso deixe o cargo para concorrer à Prefeitura de Rio Verde. “Antes de qualquer coisa, precisamos resolver essa questão”, respondeu.
Buraco é mais embaixo
Presidente do diretório do Democratas de Rio Verde, o médico Juraci Martins foi convidado pelo vice-presidente da Comigo para compor chapa de oposição ao presidente Antonio Chavaglia.
“Meu plano não é mais a Comigo, mas a Prefeitura de Rio Verde”, respondeu o pré-candidato em uma chapa provavelmente aliada ao PSDB do deputado estadual Padre Ferreira.
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